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Neste sábado (30), rebeldes sírios tomaram o aeroporto civil de Alepo, no norte da Síria, e várias localidades nas províncias de Idlib e Hama, conforme informado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
De acordo com o OSDH, o grupo armado Hayat Tahrir al Sham, junto com seus aliados, tomou o aeroporto internacional de Alepo, localizado na periferia sudeste da cidade, após a retirada das forças do regime de Bashar al Assad.
Além disso, o observatório afirmou que os rebeldes avançaram pelas províncias de Hama e Idlib, conquistando “vários vilarejos estratégicos sem encontrar resistência significativa”.
Mais cedo, o exército sírio admitiu que insurgentes conseguiram penetrar em “grandes áreas” de Alepo, após uma ofensiva rápida de jihadistas e milícias rebeldes que deixou mais de 300 mortos. O exército detalhou que o ataque ocorreu em um trecho superior a 100 quilômetros e causou muitas baixas entre as tropas do regime.
O OSDH já havia reportado que o Hayat Tahrir al Sham e facções aliadas conseguiram tomar o controle de grande parte da cidade, incluindo prédios governamentais e prisões. No início da noite, aviões de guerra russos realizaram incursões em Alepo, sendo o primeiro ataque desse tipo desde 2016.
Após a recuperação de grande parte da Síria em 2015, com o apoio militar da Rússia, Irã e do grupo libanês Hezbollah, o regime de Bashar al Assad reconquistou Alepo em 2016, após intensos bombardeios. No entanto, ainda há áreas fora de seu controle, principalmente no noroeste do país, onde o Hayat Tahrir al Sham, liderado pela ex-fação síria da Al-Qaeda, domina partes das províncias de Idlib, Alepo, Hama e Latakia.
Ofensiva rápida contra regime de Bashar al Assad
A ofensiva rebelde teve início na quarta-feira (27), coincidindo com a entrada em vigor de um frágil cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, movimento pró-iraniano do Líbano, após dois meses de guerra aberta.
Em resposta à ofensiva, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, afirmou que o país não está envolvido no ataque contra o regime de Bashar al Assad e que as forças turcas não participam dos combates em Alepo. Fidan também destacou que o governo turco está tomando precauções para evitar uma nova onda migratória proveniente da Síria.
A ofensiva foi lançada pelas milícias islamistas do Hayat Tahrir al Sham a partir de Idlib, último bastião da oposição ao regime de Assad. A Turquia também mantém presença militar em algumas regiões de Alepo, apoiando grupos armados sírios.
A Turquia tem demonstrado disposição para negociar com o regime de Bashar al Assad, visando uma possível reaproximação diplomática, interrompida com o início da guerra civil síria em 2011. No entanto, a retirada das tropas turcas do território sírio, uma exigência de Damasco, não parece viável no momento, o que dificulta qualquer acordo.
A situação também gera resistência de grupos rebeldes aliados à Turquia, que protestaram contra qualquer tentativa de reconciliação com o regime sírio, e a atual ofensiva parece afastar ainda mais esse objetivo.
Com informações de agências internacionais