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Bashar al-Assad e sua família estão em Moscou, anunciaram na noite de domingo agências de notícias russas, citando uma fonte do Kremlin. O ex-ditador sírio buscou refúgio após ser derrubado por uma ofensiva liderada por uma aliança de rebeldes com grupos islamistas radicais.
“Assad e os membros de sua família chegaram a Moscou. A Rússia concedeu asilo por motivos humanitários”, afirmou a fonte às agências TASS e Ria Novosti.
O anúncio veio acompanhado de um comunicado oficial do governo russo, que convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a situação na Síria. “Diante dos últimos acontecimentos na Síria, cujas consequências ainda estão sendo medidas, a Rússia convocou consultas urgentes a portas fechadas no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, informou um alto funcionário russo no domingo (8).
O declínio de Assad
A fuga de Assad marca o dramático desfecho de sua luta de quase 14 anos para se manter no poder. Desde que assumiu a presidência em 2000, após a morte de seu pai, Hafez al-Assad, Bashar viveu uma trajetória que começou com esperanças de reformas, mas terminou mergulhada em uma brutal guerra civil.
No início de seu governo, Bashar foi visto como um possível reformador, permitindo certa abertura política e cultural durante a chamada “Primavera de Damasco”. No entanto, a repressão severa a pedidos de maior liberdade, seguida pela resposta violenta a protestos em 2011, transformaram o levante popular em uma guerra civil de dimensões catastróficas.
A guerra resultou na morte de quase meio milhão de pessoas e deslocou metade da população síria, que antes da guerra somava cerca de 23 milhões. Acusações de violações de direitos humanos, tortura e execuções sumárias assombram o regime de Assad, que se sustentou por anos com apoio de aliados como Rússia e Irã.
Mudanças geopolíticas e a queda
Apesar do controle reconquistado pelo regime em grande parte do território sírio nos últimos anos, a ofensiva surpresa dos grupos rebeldes no final de novembro mudou drasticamente o panorama. O colapso das forças governamentais revelou a fragilidade do regime, agravada pela falta de apoio direto dos aliados de Assad, ocupados com outros conflitos, como a guerra da Rússia na Ucrânia.
A queda de Assad encerra mais de cinco décadas de domínio da família na Síria, marcadas por governos centralizados e autoritários.
Uma nova era para a Síria?
Com a saída de Assad, a Síria entra em um território desconhecido. A aliança rebelde, liderada por islamistas, busca preencher o vazio de poder, enquanto a comunidade internacional observa atentamente.
O futuro do país, devastado por uma década de conflito, permanece incerto, mas a partida de Assad é vista como um divisor de águas na longa história de violência e opressão na Síria.