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A polonesa Rose Girone, considerada a sobrevivente mais longeva do Holocausto, faleceu na segunda-feira (24), aos 113 anos. Testemunha de momentos cruciais da perseguição nazista aos judeus, ela sobreviveu à Noite dos Cristais e ao envio de seu marido para um campo de concentração antes de encontrar refúgio nos Estados Unidos.
Nascida em 1912, na cidade de Yanov, na Polônia, Rose mudou-se ainda na infância para Hamburgo, na Alemanha. Em 1938, casou-se com Julius Manheim e se estabeleceu na cidade de Breslau, hoje Wroclaw, na Polônia. Pouco tempo depois, presenciou a Noite dos Cristais, nos dias 9 e 10 de novembro daquele ano, um dos marcos iniciais da intensificação da violência contra a comunidade judaica na Alemanha e territórios anexados pelo regime nazista.
Na ocasião, seu marido foi preso e enviado ao campo de concentração de Buchenwald, deixando Rose sozinha e grávida de oito meses. “Meu pai estava no campo de concentração quando eu nasci”, relembrou sua filha, Reha Bennicasa, em entrevista recente. Julius só foi libertado sob a condição de que a família deixasse o país em até seis semanas. Com vistos para Xangai, na China, Rose e sua família se refugiaram na cidade portuária, que acolheu milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Após o conflito, Rose e seus familiares emigraram para os Estados Unidos em 1947. No Queens, em Nova York, ela abriu uma loja de tricô e tornou-se uma figura reconhecida na comunidade local. Nos últimos anos, morava em um asilo em Long Island. Sua neta, Gina, revelou ao Long Island Herald que a avó atribuía sua longevidade ao amor por chocolate amargo e ao propósito de vida: “Ela sempre me dizia: ‘Levante-se todos os dias com um propósito’.”
Rose Girone deixa sua filha, Reha Bennicasa, e sua neta, Gina. Sua trajetória de resiliência e superação segue como um símbolo da memória e da história do Holocausto.
