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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reuniu com o Rei Charles neste sábado (2) na residência real de Sandringham, no Reino Unido. O encontro ocorreu após uma cúpula de líderes europeus em Londres, realizada em meio a tensões com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Zelensky e o monarca britânico foram fotografados sorrindo e apertando as mãos em frente à propriedade real. Durante a recepção, Charles tocou no braço do líder ucraniano em um gesto amigável.
O presidente ucraniano chegou a Sandringham por volta das 17h25 (horário local), a bordo de um helicóptero militar. Moradores da região, alguns carregando bandeiras da Ucrânia, se reuniram do lado de fora da propriedade para acompanhar a chegada. Segundo o Palácio de Buckingham, o encontro durou cerca de uma hora e ocorreu em clima cordial. Zelensky e o Rei Charles já haviam se encontrado anteriormente, em 2023, após a invasão russa à Ucrânia. Na época, o presidente ucraniano descreveu a audiência como “um momento verdadeiramente especial para mim e para o nosso país”.
A visita acontece em um momento crítico para a Ucrânia. Mais cedo, Zelensky participou de uma reunião emergencial com líderes europeus em Londres, que buscavam definir uma estratégia de apoio ao país em meio às incertezas sobre a postura dos Estados Unidos. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reforçou o apoio ao líder ucraniano e disse que este é um “momento único para agir”. Emmanuel Macron, da França, e Giorgia Meloni, da Itália, também participaram das discussões, ao lado de representantes da Alemanha, Canadá, Polônia, Dinamarca e Suécia.
Zelensky destacou, em uma publicação na rede X, que a cúpula reforçou o compromisso europeu com a Ucrânia. “Sentimos um forte apoio ao nosso povo – tanto soldados quanto civis – e à nossa independência”, declarou. Ele também afirmou que a Europa está unida em um nível “excepcional”, algo que não se via há muito tempo.
Além do respaldo político, o Reino Unido anunciou um pacote financeiro de £1,6 bilhão (cerca de R$ 10 bilhões) para que a Ucrânia adquira mais de 5 mil mísseis. Starmer afirmou que os armamentos serão produzidos em Belfast, gerando empregos no setor de defesa britânico. “Isso será vital para proteger infraestruturas críticas agora e fortalecer a Ucrânia na busca por paz”, disse o premiê.
A reunião em Londres já estava programada antes da polêmica entre Zelensky e Trump. O presidente americano teria exigido um pedido público de desculpas do líder ucraniano, ameaçando suspender o apoio militar dos EUA à Ucrânia.
Apesar do clima de tensão, Starmer minimizou a possibilidade de cancelar o convite para uma visita de Estado de Trump ao Reino Unido. O premiê afirmou que a decisão cabe ao Rei Charles, mas criticou aqueles que, segundo ele, tentam “aumentar o tom da retórica” sobre a crise diplomática entre os dois países.
Trump já foi recebido pela realeza britânica em 2019, durante o reinado da Rainha Elizabeth II. O convite para um segundo encontro com a família real britânica é visto como uma ferramenta estratégica de diplomacia por parte do governo britânico.
