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Os cardeais da Igreja Católica decidiram que o conclave para eleger o sucessor do Papa Francisco terá início no dia 7 de maio, em meio à grande expectativa que cerca a escolha do novo líder espiritual de 1,4 bilhão de fiéis. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29) pelo porta-voz do Vaticano.
Simultaneamente ao anúncio da data, o Museu Vaticano informou o fechamento da Capela Sistina, a majestosa sala adornada com os célebres afrescos de Michelangelo, localizada no Palácio Apostólico.
Os cardeais participarão de uma missa solene na Basílica de São Pedro do Vaticano na próxima quarta-feira (1º), após a qual os que têm direito a voto – menores de 80 anos – se reunirão em um processo secreto que pode durar vários dias para eleger o novo Papa.
O primeiro pontífice latino-americano foi sepultado no sábado (27), após uma despedida solene na presença de líderes internacionais e de cerca de 400 mil pessoas.
Os cardeais foram convocados a Roma para eleger o novo Papa. Do total de 135 com direito a voto – por terem menos de 80 anos -, 80% foram nomeados por Francisco. No entanto, eles vêm de todas as partes do mundo e muitos não se conhecem.
“Personalidade Aberta”
“Espero que o novo pontífice seja como o Papa que faleceu. Deve ter uma personalidade aberta para todos”, disse Patricia Spotti, de 68 anos, que viajou de Milão a Roma para o Ano Santo que será celebrado em 2025.
Muitos fiéis temem que o novo Papa represente um retrocesso em relação ao legado do jesuíta argentino, marcado pela luta contra os abusos sexuais de menores na Igreja, por um maior espaço para mulheres e leigos e pela defesa dos pobres e migrantes.
“Nosso desejo é encontrar alguém que se pareça com Francisco, que não seja o mesmo, mas em continuidade”, disse à imprensa o cardeal argentino Ángel Sixto Rossi, de 66 anos.
“É difícil dizer como imaginamos o perfil do novo Papa”, afirmou o cardeal italiano Giuseppe Versaldi, de 83 anos, sem direito a voto. “Deve haver continuidade, mas também avançar, não apenas repetir o passado.”
O cardeal espanhol José Cobo disse ao jornal El País que a eleição não será “nada previsível”.
Como no Filme?
O conclave desperta fascínio há séculos. O recente filme homônimo de Edwar Berger, que ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado em março, popularizou ainda mais o tema.
“Mais da metade de nós viverá nosso primeiro conclave. É uma oportunidade de mostrar ao mundo que filmes como ‘Conclave’ e outros semelhantes não são a realidade”, disse o cardeal espanhol Cristóbal López Romero ao veículo oficial Vatican News.
O filme se passa durante o processo de eleição de um novo Papa, em reuniões a portas fechadas. A narrativa fictícia explora as tensões entre as facções do Vaticano.
No entanto, as divisões dentro da Igreja não são ficção. As reformas impulsionadas por Francisco e seu estilo simples despertaram críticas entre os setores mais conservadores, que apostam em uma mudança mais focada na doutrina.
“Hoje precisamos nos unir, não nos dividir”, alertou o cardeal do Mali Jean Zerbo, de 81 anos, após uma oração dos cardeais diante do túmulo de Francisco.
As Apostas
O cardeal alemão Reinhard Marx espera um conclave de apenas “alguns dias”.
No entanto, Roberto Regoli, professor da Universidade Pontifícia Gregoriana, acredita que não será rápido. “Estamos em um período em que o catolicismo está experimentando várias polarizações” e os cardeais deverão “encontrar alguém que saiba forjar uma maior unidade”, disse ele.
Com os conflitos e crises diplomáticas se espalhando pelo mundo, o italiano Pietro Parolin aparece como um dos “papáveis” favoritos. Este cardeal atuou como Secretário de Estado com Francisco, após ser núncio na Venezuela.
A casa de apostas britânica William Hill o coloca à frente do filipino Luis Antonio Tagle, seguido pelo cardeal ganês Peter Turkson e pelo também italiano Matteo Zuppi.
(Com informações da AFP)
