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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (3) um decreto que dobra as tarifas de importação de produtos que contêm aço e alumínio, elevando a alíquota de 25% para 50%. A medida, que entra em vigor imediatamente, deve atingir fortemente o Brasil — principal fornecedor de aço aos EUA e segundo maior de alumínio.
A justificativa do governo norte-americano é proteger a indústria nacional contra práticas consideradas desleais, como o dumping, quando países exportam produtos com preços artificialmente baixos devido a subsídios. A ação se baseia na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial de 1962, que permite ao presidente restringir importações em nome da segurança nacional.
“Acreditamos que os Estados Unidos não podem depender de fornecedores estrangeiros em momentos de crise. Precisamos garantir que teremos capacidade para atender às nossas necessidades de defesa e infraestrutura”, informou a Casa Branca em comunicado.
As novas tarifas se aplicam apenas a produtos que não são feitos integralmente de aço ou alumínio, mas que contêm esses metais como componentes. Outros produtos continuam sujeitos às tarifas já existentes. Além disso, o governo vai intensificar o controle sobre as declarações de importação, exigindo relatórios detalhados sobre a composição metálica dos produtos. Empresas que apresentarem informações falsas poderão ser penalizadas com multas ou até a suspensão do direito de importar.
O Brasil vendeu aos EUA cerca de US$ 5,29 bilhões em aço e alumínio em 2024, o que corresponde a 39,4% de todas as exportações brasileiras desse setor no ano. O impacto, portanto, pode ser significativo para a balança comercial brasileira, especialmente em um momento de desaceleração da demanda global.
O Reino Unido ficará temporariamente isento do aumento até 9 de julho de 2025, quando novas condições poderão ser negociadas no âmbito do Acordo de Prosperidade Econômica entre os dois países.
Segundo o governo americano, a capacidade operacional da indústria siderúrgica doméstica caiu de 80% em 2021 para 75,3% em 2023. Já o setor de alumínio viu uma queda ainda mais acentuada, de 61% em 2019 para 55% no ano passado. Trump já havia sinalizado a retomada e ampliação das tarifas em janeiro deste ano, o que foi recebido com entusiasmo pelas indústrias locais.
