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A Marinha do Irã anunciou neste sábado (14) que interceptou um destróier do Reino Unido que navegava no Mar de Omã. Segundo as forças iranianas, o navio britânico tinha como objetivo apoiar Israel e foi obrigado a mudar de rota após a intervenção de drones iranianos.
“Drones de combate da Marinha emitiram advertências, impedindo que o destróier continuasse seu caminho para o Golfo Pérsico”, afirmou a força naval iraniana em um comunicado divulgado pela agência estatal Mehr. De acordo com o comunicado oficial, a intenção do navio britânico seria “guiar mísseis israelenses em território iraniano”.
O incidente ocorre em um contexto de escalada sem precedentes entre Israel e Irã. Na madrugada de sexta-feira, o exército israelense lançou uma operação aérea massiva contra mais de 200 alvos militares e nucleares em território iraniano. Em resposta, o Irã disparou mísseis contra Israel, muitos dos quais foram interceptados, segundo o exército israelense. No entanto, autoridades locais relataram danos significativos na região de Tel Aviv, onde ao menos três pessoas morreram e várias ficaram feridas.
Reações Internacionais e Tensões Crescentes
Os Estados Unidos prestaram assistência na defesa israelense, o que provocou uma nova ameaça de Teerã. Meios de comunicação estatais iranianos informaram que o regime persa advertiu que atacaria bases americanas, britânicas e francesas na região caso esses países auxiliassem Israel a frustrar seus ataques.
Paralelamente, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou o desdobramento de mais aviões militares no Oriente Médio como parte de um “apoio de contingência”. Starmer confirmou que o Reino Unido já possui aeronaves da Real Força Aérea (RAF) na região e que mais unidades serão adicionadas. A declaração foi feita durante sua visita ao Canadá para participar da cúpula do G7.
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, prometeu neste sábado uma resposta “mais forte” se Israel continuar com seus ataques. “O Irã não aceitará exigências irracionais sob pressão e não se sentará à mesa de negociações enquanto o regime sionista continuar com seus ataques”, disse Pezeshkian em conversa com seu homólogo francês, Emmanuel Macron. Ele também acusou Israel de arrastar o Oriente Médio para um “perigoso ciclo de violência” e de dificultar as conversas entre Teerã e Washington sobre o programa nuclear iraniano.
Nesse cenário de tensão, Omã, país mediador no diálogo entre Irã e Estados Unidos, anunciou a suspensão de uma nova rodada de reuniões que estava prevista para este domingo em sua capital, Mascate. “A diplomacia e o diálogo continuam sendo a única via para uma paz duradoura”, declarou no X o ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr Albusaidi.
Alegações e Impactos no Espaço Aéreo
Segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o objetivo da ofensiva é desmantelar as capacidades militares e nucleares do Irã. “Muito em breve verão aviões israelenses (…) no céu de Teerã. Atacaremos todos os locais e objetivos do regime”, alertou. O líder israelense afirmou contar com o “apoio manifesto” do presidente norte-americano Donald Trump e assegurou: “Infligimos um verdadeiro golpe ao programa nuclear” do Irã.
O espaço aéreo iraniano permanece fechado “até novo aviso”, assim como o aeroporto Ben Gurion, o principal de Israel. Meios iranianos reportaram ataques nas cidades de Tabriz e nas províncias de Lorestan, Hamedan e Kermanshah, onde estão localizadas bases militares cruciais. Jordânia, Síria e Líbano reabriram seus espaços aéreos, mas a Agência Europeia de Segurança Aérea (AESA) recomendou às companhias aéreas não operarem no espaço aéreo de Irã, Israel, Iraque e seus vizinhos imediatos.
Estados Unidos e Israel sustentam que o Irã se aproxima de um “ponto de não retorno” em seu programa nuclear. De acordo com a AIEA, o Irã possuía, em meados de maio, 408,6 quilos de urânio enriquecido a 60%, o que, se atingir 90%, permitiria fabricar ao menos nove bombas atômicas. Teerã nega estar desenvolvendo armas nucleares e defende seu direito de manter um programa civil.
Nesse clima de tensão regional, o Papa Leão XIV fez neste sábado um chamado urgente à “responsabilidade e à razão” para evitar uma guerra de maiores proporções.
