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O regime do Irã anunciou neste sábado (14) que deixará de cooperar “como antes” com o Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA), em resposta ao que classificou como “silêncio” do órgão diante dos recentes ataques israelenses contra instalações nucleares no país.
Kazem Gharibabadi, vice-ministro iraniano das Relações Exteriores responsável por assuntos nucleares, afirmou em rede nacional: “É insensato que esses locais pacíficos sejam atacados e que o organismo permaneça em silêncio”. E completou: “O Irã não cooperará mais com o organismo […] como antes”.
Os ataques israelenses, segundo Teerã, atingiram duas instalações nucleares estratégicas: o centro de enriquecimento de urânio de Fordo e a usina nuclear de Natanz. De acordo com a Organização de Energia Atômica do Irã, os danos foram considerados moderados e não houve registro de vazamentos radioativos graves.
O porta-voz da organização, Behrouz Kamalvandi, disse à agência ISNA que os danos em Fordo são “limitados” e que, em Natanz, houve apenas “um pequeno vazamento interno”, contido antes de alcançar o ambiente externo. Ele acrescentou: “Não há preocupação com contaminação”.
Em outro ponto atacado, o Centro de Estudos e Tecnologia Nuclear de Isfahan, o OIEA também não identificou vazamento radioativo, mas informou que quatro edifícios, incluindo a Instalação de Conversão de Urânio e a Fábrica de Barras de Combustível, sofreram danos estruturais. Apesar disso, o diretor-geral do OIEA, Rafael Grossi, afirmou que “não se espera um aumento da radiação”.
O presidente francês Emmanuel Macron se envolveu na crise e pediu ao presidente eleito do Irã, Masud Pezeshkian, que retome “rapidamente” as negociações sobre o programa nuclear, apontando o diálogo como única via para acalmar a situação. Macron alertou sobre os riscos de desestabilização na região e apelou ao Irã que evite uma escalada.
Enquanto isso, a última rodada de conversas nucleares entre os EUA e o Irã, que aconteceria em Mascate, Omã, foi cancelada. A decisão foi comunicada pelo ministro das Relações Exteriores omanita, Badr Albusaidi, dois dias após a ofensiva israelense que resultou na morte de comandantes e cientistas iranianos.
Um representante do governo norte-americano confirmou o cancelamento, mas reiterou que os EUA seguem comprometidos com o diálogo e esperam que o Irã retorne à mesa de negociações em breve.
(Com informações de AFP, EFE, Europa Press e Reuters)
