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Durante congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela, o ditador Nicolás Maduro fez diversos agradecimentos a autoridades e grupos que defendem o diálogo entre Estados Unidos e Venezuela, citando nominalmente o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o papa Leão XIV.
O presidente brasileiro se colocou à disposição, na reunião com Donald Trump, para atuar como mediador da crise no Caribe. Já o pontífice defendeu que os dois países preservassem a paz na região.
Maduro também agradeceu ao Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que criticou os EUA em diversas ocasiões pelo uso de forças militares na região, atacando barcos que supostamente transportavam drogas.
Nesta terça-feira (4), Lula reforçou a necessidade de que a situação da Venezuela seja debatida na cúpula do CELAC, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, marcada para os dias 9 e 10 de novembro. “A reunião da Celac só faz sentido agora se for para discutir a questão dos navios de guerra dos EUA”, disse o presidente em Belém durante a COP30. Ele também defendeu que a questão seja resolvida “diretamente na esfera política”.
Enquanto isso, o governo da Rússia avalia fornecer mísseis hipersônicos avançados à Venezuela. O míssil Oreshnik, segundo Moscou, é impossível de interceptar e pode transportar ogivas convencionais ou nucleares. O vice-presidente da comissão parlamentar de defesa da Rússia, Alexei Zhuravlyov, afirmou:
“Não vejo obstáculos para fornecer a um país amigo novos desenvolvimentos como o míssil Oreshnik ou, digamos, os mísseis Kalibr, que já provaram ser eficazes.”
O presidente russo, Vladimir Putin, destacou que os mísseis são tão poderosos que um ataque com vários Oreshniks com ogivas convencionais seria “tão catastrófico quanto um ataque nuclear”. O míssil foi usado pela primeira vez na cidade de Dnipro, na Ucrânia, em novembro de 2024, como represália ao uso de armamento de longo alcance fornecido pelos EUA e Reino Unido.
De acordo com o The Telegraph, Maduro teria entrado em contato direto com Putin pedindo assistência militar diante do aumento da presença americana no Caribe. Em carta, ele afirmou que os caças Sukhoi eram “o mais importante instrumento de dissuasão que o governo nacional venezuelano possuía diante da ameaça de guerra”.
Além da Rússia, Caracas buscou reforçar laços de defesa com China e Irã. No final de outubro, o presidente russo ratificou acordos firmados com Maduro em maio, envolvendo energia, infraestrutura e cooperação militar, incluindo troca de armamentos e áreas de controle, com medidas de desarmamento e não proliferação de armas. O tratado terá validade de 10 anos e renovação automática a cada cinco anos.
A tensão no Mar do Caribe tem aumentado devido à crescente presença militar dos EUA, com caças, navios de guerra, bombardeiros, fuzileiros navais, drones e aviões espiões. Segundo Washington, a operação visa interromper o fluxo de drogas para os EUA. Desde setembro, mais de uma dezena de ataques contra supostos traficantes, a maioria partindo da costa venezuelana, resultaram na morte de mais de 60 pessoas.