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Quatro anos após lançar um programa voltado para aumentar a diversidade em sua liderança, o McDonald’s anunciou o encerramento de algumas práticas de inclusão, citando uma recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que proibiu ações afirmativas em admissões universitárias.
A rede de fast food, com sede em Chicago, é a mais recente entre grandes empresas, como Walmart, John Deere e Harley-Davidson, a recuar em suas iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI, na sigla em inglês), em meio a pressões políticas e mudanças no panorama legal.
Em comunicado divulgado na segunda-feira (6), o McDonald’s informou que não continuará com as metas específicas de diversidade para cargos de liderança sênior. Além disso, a empresa encerrará um programa que incentivava fornecedores a realizarem treinamentos de diversidade e aumentarem a representação de minorias em suas lideranças.
Outra mudança inclui a suspensão de pesquisas externas sobre inclusão, como as realizadas pelo Human Rights Campaign, que avaliam o ambiente de trabalho para funcionários LGBTQ+. Grandes empresas como Lowe’s e Ford Motor Co. também já haviam desistido dessas avaliações.
Em 2021, o McDonald’s implementou uma série de iniciativas para promover a inclusão após enfrentar processos por assédio sexual e discriminação, incluindo uma ação movida por ex-franqueados negros. Na época, o CEO Chris Kempczinski declarou que a diversidade era um valor central da marca e se comprometeu com avanços mensuráveis.
Agora, a empresa afirma que a decisão da Suprema Corte, juntamente com mudanças legais e políticas, influenciou a revisão de suas políticas.
O cenário político nos EUA também exerce influência. O presidente eleito Donald Trump é um crítico declarado de programas de diversidade e nomeou Stephen Miller, líder de uma organização que desafia políticas corporativas de inclusão, como seu futuro vice-chefe de políticas. Além disso, o vice-presidente eleito JD Vance propôs um projeto de lei para extinguir programas de DEI no governo federal.
O comentarista político conservador Robby Starbuck também ameaçou boicotes a empresas que não recuarem em suas políticas de inclusão. Em sua conta na plataforma X, Starbuck mencionou que planejava criticar as “políticas progressistas” do McDonald’s.
Apesar das mudanças, o McDonald’s afirma que continua comprometido com a inclusão. Segundo a empresa, 30% dos líderes nos EUA pertencem a grupos sub-representados, contra 29% em 2021. A meta anterior era alcançar 35% até o final de 2025.
O McDonald’s também destacou ter alcançado a igualdade salarial de gênero em todos os níveis da empresa e espera atingir, ainda este ano, a meta de destinar 25% dos gastos com fornecedores a empresas de propriedade diversa.
A equipe de diversidade da empresa será reestruturada e renomeada como “Equipe Global de Inclusão”, e o McDonald’s continuará divulgando informações demográficas sobre seus colaboradores.