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O bilionário Bill Gates anunciou na quinta-feira (8) que dobrará suas doações para caridade, elevando o montante para US$ 200 bilhões nos próximos 20 anos.
Em uma publicação em seu blog, o cofundador da Microsoft escreveu que sua motivação reside nos inúmeros desafios que o mundo enfrenta, como a saúde infantil e as mudanças climáticas, além da advertência do falecido Andrew Carnegie contra o acúmulo de riqueza.
“As pessoas dirão muitas coisas sobre mim quando eu morrer, mas estou determinado a que ‘ele morreu rico’ não seja uma delas”, escreveu Gates. “Há muitos problemas urgentes para resolver para que eu retenha recursos que poderiam ser usados para ajudar pessoas.”
Gates é atualmente a quinta pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna de US$ 168 bilhões, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg. O compromisso de US$ 200 bilhões assume que a dotação de sua fundação filantrópica crescerá por meio de investimentos.
A Fundação Gates, fundada por Gates e sua ex-esposa, Melinda French Gates, em 2000, já doou mais de US$ 100 bilhões. Após Bill Gates doar “virtualmente toda” sua riqueza, a fundação será encerrada no final de 2045, afirmou ele.
Gates é um dos poucos bilionários a aumentar publicamente suas doações de caridade em um momento em que organizações sem fins lucrativos e universidades enfrentam cortes de financiamento federal. Apesar de seu aumento nas doações, ele afirmou que os filantropos não podem cobrir os cortes multibilionários na ajuda externa dos EUA e de outros países ricos.
“Os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e outros países ao redor do mundo estão cortando seus orçamentos de ajuda em dezenas de bilhões de dólares. E nenhuma organização filantrópica — nem mesmo uma do tamanho da Fundação Gates — pode compensar a lacuna de financiamento que está surgindo agora”, escreveu ele. “Não está claro se os países mais ricos do mundo continuarão a defender seus cidadãos mais pobres.”
Em uma entrevista ao Financial Times, Gates criticou Elon Musk por seu papel no corte da ajuda externa dos EUA. Em fevereiro, o chamado Departamento de Eficiência Governamental de Musk efetivamente fechou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). A agência federal distribuiu US$ 42,5 bilhões em 2023, de acordo com dados do governo, que forneceram assistência vital, incluindo saúde, água potável e alimentos em todo o mundo.
“A imagem do homem mais rico do mundo matando as crianças mais pobres do mundo não é bonita”, disse Gates ao Financial Times.
No início de março, a agência estimou que os cortes teriam consequências terríveis, incluindo 1 milhão de crianças com desnutrição aguda grave sem tratamento e até 166.000 mortes adicionais por malária.
Gates, sua então esposa e Warren Buffett fundaram o Giving Pledge em 2010 como um compromisso para que as pessoas mais ricas do mundo doassem mais da metade de sua riqueza durante suas vidas ou em seus testamentos. French Gates desde então deixou a Fundação Gates, mas tem sua própria organização filantrópica.
Musk assinou o Giving Pledge. Gates disse ao New York Times que não sabe se Musk cumprirá o compromisso.
“O Giving Pledge — um aspecto incomum é que você pode esperar até morrer e ainda cumpri-lo. Então, quem sabe? Ele poderia se tornar um grande filantropo”, disse ele antes de apontar o envolvimento de Musk nos cortes da ajuda externa.
Musk doou menos de 1% de sua riqueza, de acordo com a Forbes. A publicação estima suas doações totais — presentes que foram pagos, não apenas prometidos ou estacionados em uma fundação — em US$ 620 milhões ao longo de sua vida até 2023.
