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Médicos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, realizaram uma cirurgia inédita ao operar um bebê de sete meses e oito quilos com o auxílio de um robô.
A operação, realizada em 15 de maio deste ano, consistiu na remoção de 98% do pâncreas da criança, que sofria de hiperinsulinismo congênito, uma condição rara que faz com que o órgão produza insulina de maneira descontrolada, causando crises convulsivas e podendo levar ao coma.
O cirurgião Fábio Volpe, da Divisão de Cirurgia Pediátrica e Transplante de Fígado do hospital e professor da USP, explicou que o hiperinsulinismo congênito é uma condição grave que não pode ser tratada clinicamente e requer cirurgia como único tratamento definitivo.
Devido ao tamanho reduzido dos órgãos do bebê, a operação exigia uma precisão extrema, que só foi possível com o uso do robô.
Segundo Volpe, a parte removida do pâncreas tinha cerca de quatro centímetros e o órgão inteiro media aproximadamente cinco centímetros. Ele destacou que a utilização do robô facilitou a operação em comparação com métodos tradicionais, oferecendo maior precisão e uma imagem ampliada das estruturas.
Embora o uso de robôs em procedimentos médicos não seja novidade, a literatura médica ainda não havia registrado a utilização desses dispositivos em pacientes tão jovens e pequenos.
No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, a equipe estava bem familiarizada com a tecnologia e tinha experiência prévia em cirurgias por videolaparoscopia em crianças e recém-nascidos, o que tornou possível a realização desse procedimento inovador.
A cirurgia foi bem-sucedida e a criança se recupera em casa sob os cuidados da mãe, Lucimara Costa, que expressou seu desejo de que a filha tenha uma vida normal, com a possibilidade de andar, falar, frequentar a escola e seguir uma formação.
Costa revelou suas esperanças de que a filha possa levar uma vida normal e comentou que está avançando com cautela, mas com fé na recuperação.