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Segundo os dados internacionais mais recentes, o aumento dos casos de câncer de intestino tem atingido o Reino Unido de forma mais dramática do que a maioria dos outros países ocidentais, incluindo os Estados Unidos.
Agora, pesquisadores nos EUA descobriram que aqueles que consumiram mais de 1700mg de cálcio por dia – mais do que a dose diária recomendada pelo NHS – reduziram seu risco de câncer de intestino em mais de um quarto.
Os cientistas, que acompanharam mais de 470 mil adultos, compararam esses dados com aqueles que ingeriram apenas 400mg por dia – pouco mais da metade da recomendação dos serviços de saúde.
Especialistas afirmam que os achados são ‘significativos’, mas ressaltam que são necessárias mais pesquisas.
Escrevendo na revista JAMA Network Open, os pesquisadores disseram: “Aumentar a ingestão de cálcio, especialmente entre subgrupos populacionais com baixas ingestões, pode estar associado a uma redução nas diferenças evitáveis no risco de câncer de intestino.”
No estudo, os pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer em Washington seguiram 471.396 adultos com idade média de 62 anos, todos livres de câncer.
Ao longo de um acompanhamento de 18 anos, eles descobriram que 10.618 pessoas foram diagnosticadas com câncer de intestino.
Mulheres com a maior ingestão de cálcio consumiram cerca de 2056mg por dia em média, enquanto homens consumiram 1773mg por dia. Em contraste, mulheres na faixa mais baixa tinham uma ingestão média diária de 401mg e homens, 407mg.
Aqueles na categoria mais alta eram 29% menos propensos a serem diagnosticados com câncer de intestino do que os adultos na faixa mais baixa de ingestão de cálcio, descobriram os pesquisadores.
Eles acrescentaram: “Observamos associações estatisticamente significativas entre a ingestão total de cálcio e o risco de câncer para cada subsite.
“Em geral, para cada 300mg adicionais por dia na ingestão total, dietética e suplementar de cálcio, houve uma redução de 8%, 10% e 5% no risco de câncer de intestino, respectivamente.”
O cálcio teve um efeito semelhante tanto de fontes lácteas quanto não lácteas, sugerindo que foi o principal fator responsável por reduzir o risco.
O NHS recomenda que adultos entre 19 e 64 anos precisam de 700mg de cálcio por dia, sendo que os britânicos podem obter todo o cálcio de que precisam com a dieta diária. No entanto, consumir mais de 1500mg por dia pode causar dor de estômago e diarreia, alerta o serviço de saúde.
Os resultados chegam poucos meses após especialistas expressarem preocupação contínua sobre uma ‘epidemia’ de câncer de intestino entre os jovens.
O câncer de intestino delgado, que se desenvolve no intestino delgado, representa cerca de 1.800 casos por ano no Reino Unido, segundo a Cancer Research UK.
Os dados mostram que a doença aumentou em 50% entre pessoas na faixa dos 20, 30 e 40 anos, que são definidas como casos de câncer ‘de início precoce’, nos últimos 30 anos.
O oncologista Dr. Shivan Sivakumar, da Universidade de Birmingham, descreveu anteriormente a situação como uma ‘epidemia’.
Ele disse: “Há atualmente uma epidemia de jovens (com menos de 50 anos) desenvolvendo câncer.”
“Não se sabe a causa disso, mas estamos vendo mais pacientes com câncer abdominal.”
Especialistas têm sido desafiados a entender o que está impulsionando esse fenômeno, com teorias que incluem nosso gosto crescente por junk food – e um aumento concomitante na obesidade, afetando a saúde do nosso sistema digestivo.
No entanto, especialistas em câncer disseram ao MailOnline que isso não explica o aumento da doença em jovens, uma parte significativa dos quais é de pessoas perfeitamente aptas e saudáveis.
Uma das vítimas reconhecidas dessa tendência foi Deborah James – conhecida como ‘bowel babe’ – que foi diagnosticada aos 35 anos e arrecadou milhões para a caridade em seus últimos dias em 2022. James falou de sua rigorosa rotina de exercícios e de estar na melhor forma de sua vida quando desenvolveu a doença.
Celebridades masculinas também foram afetadas pela doença. O ator de Pantera Negra, Chadwick Boseman, morreu de câncer de intestino aos 43 anos.
Análises sugerem que as mortes por câncer de intestino no Reino Unido devem aumentar em 2.500 por ano até 2040. Enquanto isso, o número de pessoas diagnosticadas com a doença no Reino Unido aumentará em cerca de um décimo no mesmo período.
