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Um novo estudo da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), revelou que mastigar uma única unidade de goma de mascar pode liberar centenas — e, em alguns casos, milhares — de microplásticos na saliva, que posteriormente são ingeridos. A descoberta levanta preocupações, já que essas partículas minúsculas têm sido associadas a riscos potenciais à saúde, incluindo maior prevalência de hipertensão, diabetes e acidente vascular cerebral (AVC).
Os microplásticos e seus impactos Microplásticos, fragmentos de plástico de 1 nanômetro a 5 milímetros, são liberados quando materiais plásticos maiores se degradam. Estudos recentes indicam que os humanos consomem microplásticos regularmente através de água, alimentos e até do ar. Essas partículas já foram encontradas em órgãos como pulmões, fígado, rins, coração, testículos e até no leite materno. Pesquisas recentes chegaram a detectar a presença de microplásticos no cérebro humano.
O estudo da UCLA sugere que a goma de mascar é uma fonte adicional desses fragmentos. A goma é tradicionalmente composta de três elementos principais: uma base emborrachada, adoçantes e flavorizantes. Enquanto gomas naturais utilizam chicle ou seiva de árvores, as sintéticas são feitas de borracha derivada de petróleo.
Descobertas do estudo Os pesquisadores analisaram cinco marcas de goma sintética e cinco de goma natural. Eles mastigaram sete unidades de cada marca, observando que ambas liberaram quantidades consideráveis de microplásticos:
- Uma média de 100 partículas por grama de goma.
- Algumas unidades chegaram a liberar até 600 partículas por grama.
- Gomas de maior peso poderiam liberar até 3.000 partículas de plástico em um único uso.
Baseando-se na média de consumo anual, estimada entre 160 e 180 unidades por pessoa, os pesquisadores calcularam que um indivíduo pode ingerir cerca de 30.000 microplásticos por ano apenas através da goma de mascar.
Riscos à saúde e incertezas Segundo Sanjay Mohanty, líder do estudo e professor de engenharia na UCLA, as pesquisas sugerem que os microplásticos podem desencadear inflamação, danificar células e alterar respostas imunológicas. “Nosso objetivo não é alarmar ninguém, mas os dados mostram que essas partículas podem ser prejudiciais”, afirmou. No entanto, ele destacou que, apesar da associação observada entre microplásticos e doenças como hipertensão, diabetes e AVC, não há evidências conclusivas de que essas partículas sejam a causa direta.
Como reduzir a exposição? A maioria dos microplásticos foi liberada nos primeiros dois minutos de mastigação, segundo os pesquisadores. Eles sugerem que mastigar a goma por mais tempo, em vez de substituí-la rapidamente por outra, pode reduzir a exposição. Outras medidas incluem:
- Ferver ou filtrar a água da torneira.
- Evitar tábuas de corte feitas de plástico.
- Não aquecer alimentos em recipientes plásticos no micro-ondas.
O próximo passo Os pesquisadores ressaltam a necessidade de mais estudos para determinar se os microplásticos estão diretamente ligados a problemas de saúde ou se atuam em conjunto com outros fatores ambientais. A pesquisa também levanta debates sobre o papel de materiais mais seguros na produção de gomas e outros produtos consumíveis.
Com base nas evidências atuais, o estudo lança um alerta sobre os possíveis impactos da ingestão diária de microplásticos, incentivando tanto consumidores quanto fabricantes a buscarem alternativas mais seguras.
