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O maior consumo de álcool ocorre entre pessoas de 45 a 64 anos, faixa etária em que especialistas recomendam atenção redobrada para evitar que o hábito se torne um problema de saúde pública.
O álcool é uma substância tóxica que interfere diretamente no funcionamento do cérebro e pode contribuir para o ganho de peso devido ao seu alto teor calórico. Ressacas, cansaço, sono interrompido, tremores e melancolia no dia seguinte são efeitos comuns, mas quando o consumo aumenta progressivamente, os sinais de alerta podem ficar difíceis de identificar, indicando um possível desvio para o alcoolismo.
Dr. Richard Piper, diretor executivo do Alcohol Change UK, explica que o álcool altera as funções cerebrais complexas ao estimular a liberação de substâncias químicas que causam sensação de bem-estar, redução de inibições e alívio da dor física e emocional. “Não é surpresa que muitos se tornem dependentes desses efeitos para lidar com o estresse ou se sentirem melhor. Atualmente, mais de 10 milhões de pessoas bebem de forma prejudicial à saúde e ao bem-estar,” afirma ao tabloide britânico The telegraph.
Para identificar se o consumo é problemático, o psiquiatra e consultor de dependência Dr. Niall Campbell, da The Priory, Roehampton, destaca quatro áreas essenciais a serem avaliadas: saúde física, mental, relacionamentos e trabalho. “Pergunto aos pacientes se as ressacas pioraram, se há quedas frequentes, comportamentos secretos, vergonha, episódios de embaraço social, faltas no trabalho ou conflitos pessoais causados pela bebida”, relata ao tabloide britânico.
O isolamento, potencializado pelo home office durante a pandemia de Covid-19, também contribui para o aumento do consumo, segundo Dr. Campbell. “Sem testemunhas por perto, o consumo ao longo do dia pode se tornar um problema silencioso.”
As quatro principais formas de identificar a zona de risco, segundo especialistas:
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Consumo habitual — O álcool faz parte da rotina diária, como uma taça de vinho ao cozinhar ou um drink antes de dormir. Em casos extremos, há pacientes que bebem durante longos períodos do dia, o que afeta diretamente a saúde física.
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Álcool como muleta emocional — Usar a bebida para lidar com estresse ou crises, o que pode levar a um ciclo de dependência e negação, dificultando o reconhecimento do problema.
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Mais tempo livre — Aposentados e pessoas com horários flexíveis podem aumentar o consumo, motivados pelo tédio ou perda de rotina. Um relatório recente indica que homens entre 65 e 74 anos têm maior propensão a beber em níveis de risco aumentado.
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Busca por situações que normalizam o consumo — Festas e celebrações tendem a incentivar o consumo excessivo, o que pode mascarar problemas mais profundos. Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico apontam que 26% das mulheres e 45% dos homens britânicos praticam consumo pesado pelo menos uma vez ao mês.
Sir Ian Gilmore, especialista em fígado e presidente da Alcohol Health Alliance UK, alerta que o problema maior está no consumo moderado, mas frequente, que sobrecarrega o sistema de saúde. “Manter-se dentro das recomendações — não ultrapassar 14 unidades por semana — reduz significativamente o risco de doenças relacionadas ao álcool. Mas na época de festas, o excesso é visto como algo normal, com consequências físicas e mentais graves após o período festivo.”
