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Pacientes com câncer de mama podem ter uma nova esperança graças a uma droga “de última geração” que se mostrou capaz de destruir tumores meses antes mesmo de eles se desenvolverem. O novo estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, aponta que uma pílula diária, conhecida como camizestrant, pode interromper o desenvolvimento de células cancerígenas, retardando drasticamente a disseminação da doença e adiando a necessidade de quimioterapia desgastante.
A pesquisa envolveu 55 adultos saudáveis da região da Baía de São Francisco que usavam cannabis regularmente – fumada ou em forma de comestíveis – ao menos três vezes por semana há um ano ou mais. Nenhum deles era usuário de nicotina. (Nota do editor: Houve um erro no texto original fornecido, que misturou informações sobre o estudo de câncer de mama com o estudo sobre maconha. As informações sobre maconha não são relevantes para esta matéria sobre câncer de mama e serão removidas.)
Cerca de sete em cada dez pacientes com câncer de mama no Reino Unido possuem um tipo da doença conhecido como câncer de mama RH-positivo, HER2-negativo – a forma mais comum. Desses, aproximadamente 40%, o que representa entre 10 mil e 15 mil mulheres britânicas por ano, podem desenvolver uma mutação genética agressiva que impede que o tratamento convencional elimine o câncer.
No entanto, o estudo “transformador” descobriu que pacientes que receberam o camizestrant tiveram o risco de progressão do câncer reduzido em mais da metade. Foi também o primeiro estudo mundial a mostrar que exames de sangue podem detectar sinais precoces de que o câncer provavelmente retornará.
Médicos usaram o teste para identificar mudanças no DNA do câncer – quando encontraram sinais da mutação prejudicial, as pacientes receberam camizestrant. Atualmente, esses exames de sangue de monitoramento são realizados apenas após o tratamento e buscam sinais de DNA de câncer no sangue, o que indica que a doença está se espalhando.
Especialistas que apresentaram as descobertas hoje na conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), em Chicago, aclamaram o feito como um “momento crucial no tratamento do câncer de mama” e uma “mudança verdadeiramente fundamental na forma como abordamos o câncer”.
A droga já está sendo acelerada para uso nos EUA e foi enviada para aprovação no Reino Unido.
O Professor Nicholas Turner, especialista em oncologia molecular do The Institute of Cancer Research, London e do Royal Marsden NHS Foundation Trust, que coliderou o grande ensaio clínico, afirmou: “Este é um momento crucial no tratamento do câncer de mama. Esta é uma potencial nova estratégia para tratar a resistência a drogas em desenvolvimento antes que ela cause a progressão do câncer.”
No ensaio, 3.325 pacientes com câncer de mama avançado RH-positivo, HER2-negativo, de 23 países, foram rastreadas para a mutação agressiva – conhecida como ESR1 – usando um exame de sangue a cada oito a 12 semanas. Dessas, 315 mulheres que testaram positivo para a mutação foram divididas em dois grupos. Um grupo recebeu uma combinação de camizestrant e outro medicamento conhecido por atacar esse tipo de câncer. O outro grupo recebeu o medicamento tradicional e uma terapia hormonal.
Os pesquisadores descobriram que aquelas no grupo da combinação com camizestrant reduziram o risco de morte ou progressão do câncer em 56%. A droga também manteve o câncer sob controle por 16 meses em média, em comparação com 9,2 meses no tratamento padrão. Apenas 1% das pacientes pararam de tomar o medicamento devido a efeitos colaterais.
Ao apresentar as descobertas na ASCO, Susan Galbraith, vice-presidente executiva de oncologia da AstraZeneca, empresa por trás da droga, disse que a companhia está tendo “discussões em andamento” com as autoridades de saúde do Reino Unido para acelerar a aprovação do medicamento.
Enquanto isso, a Dra. Catherine Elliott, diretora de pesquisa da Cancer Research UK, disse: “Este estudo é um exemplo claro de como os exames de sangue estão começando a transformar o tratamento do câncer. Ao rastrear vestígios minúsculos de DNA tumoral no sangue, os pesquisadores foram capazes de identificar sinais precoces de resistência ao tratamento e mudar as terapias antes que o câncer tivesse chance de crescer. Essa abordagem pode se tornar uma parte importante de como personalizamos o cuidado para pessoas com câncer de mama avançado.”
