A Coreia do Norte testou o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM) capaz de transportar uma ogiva nuclear com um alcance que pode atingir qualquer ponto do continente americano, disseram autoridades de defesa nesta sexta-feira (18).
Ainda de acordo com as autoridades, o alcance máximo do novo míssil da Coreia do Norte inclui quase todo o mundo, exceto partes da América do Sul, ou seja, não é possível atingir o Brasil.
O míssil caiu a 209 quilômetros da costa do Japão, e o Comando Indo-Pacífico dos EUA disse que estava em comunicação próxima com autoridades japonesas e sul-coreanas.
O comando dos EUA condenou imediatamente o lançamento do míssil de Pyongyang e pediu que “se abstenha de quaisquer outros atos ilegais e desestabilizadores”.
Oficiais de defesa disseram que não avaliaram que o teste de míssil era uma ameaça imediata para os EUA ou seus aliados, mas disseram que continuariam a “monitorar a situação”.
“Os compromissos dos EUA com a defesa da ROK [República da Coreia] e do Japão permanecem firmes”, disse o Comando Indo-Pacífico em comunicado na manhã de sexta-feira.
A Coreia do Norte lançou uma série de testes de mísseis nas últimas semanas, com o objetivo de reforçar seu programa nuclear e se posicionar como uma ameaça maior para nações importantes como os Estados Unidos .
As tentativas de Pyongyang de reforçar sua posição geopolítica coincidiram com a decisão da China e da Rússia no início deste ano de reprimir as tentativas ocidentais de aumentar as sanções da ONU contra a Coreia do Norte para conter seu desenvolvimento nuclear.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, condenou o lançamento como “totalmente inaceitável” e disse que o míssil caiu dentro da zona econômica exclusiva do Japão.
O ministro da Defesa do Japão, Yasukazu Hamada, estimou que o míssil tinha um alcance potencial de mais de 150 quilêmetros , dependendo do peso da ogiva.
“Nesse caso, poderia cobrir todo o território continental dos Estados Unidos”, alertou.
A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Adrienne Watson, disse que o lançamento “aumenta desnecessariamente as tensões” e mostrou que a Coreia do Norte prioriza ganhos militares em detrimento da diplomacia.
“Pyongyang deve cessar imediatamente suas ações desestabilizadoras e, em vez disso, escolher o engajamento diplomático”, acrescentou.
Os militares da Coreia do Sul lançaram aviões de guerra F-35 na sexta-feira para realizar exercícios que simulavam ataques aéreos contra lançadores de mísseis norte-coreanos.
Outro grupo de oito jatos americanos e sul-coreanos realizou separadamente outros exercícios aéreos na costa leste da península.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que os exercícios “mostraram que temos uma forte determinação para lidar com severidade com o lançamento de um ICBM e quaisquer outras provocações e ameaças feitas pela Coreia do Norte”.
Acrescentando que as nações aliadas têm uma “capacidade avassaladora e prontidão para lançar ataques de precisão contra o inimigo”.
Informações da Associated Press c contribuíram para este artigo