Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, confirmou recentemente que viajará para a Groenlândia nesta sexta-feira, em meio a crescentes tensões sobre o controle do território. Sua visita coincidirá com uma série de eventos que já estavam na agenda de sua esposa, Usha.
“Estava tão animado com a viagem de Usha à Groenlândia que decidi que não queria que ela se divertisse sozinha, então vou acompanhá-la”, disse Vance em tom irônico em um vídeo publicado no X (antigo Twitter). A declaração foi interpretada como uma resposta indireta às críticas de líderes políticos da ilha, que acusaram o governo de Donald Trump de “não respeitar nosso direito à autodeterminação” após recentes declarações sobre o território.
Enquanto Usha tem compromissos voltados para a cultura local, incluindo visitas a locais históricos e participação em uma famosa corrida de trenós puxados por cães, Vance focará suas atividades em questões de segurança da ilha ártica.
“Visitarei alguns de nossos guardiões da Força Espacial na costa noroeste da Groenlândia e também verificarei o que está acontecendo com a segurança na região”, afirmou no vídeo.
Seguindo a postura adotada recentemente pela Casa Branca, Vance destacou que “muitos países têm ameaçado a Groenlândia e cogitado usar seus territórios e vias fluviais para ameaçar os Estados Unidos, o Canadá e, claro, o próprio povo groenlandês”. Por isso, afirmou que a visita tem o objetivo de “verificar como as coisas estão por lá”.
“Queremos reforçar a segurança do povo da Groenlândia porque acreditamos que isso é essencial para proteger a segurança de pessoas no mundo todo”, concluiu.
Com o retorno de Donald Trump à presidência, ressurgiu o interesse de Washington em obter maior controle sobre a ilha, sob a justificativa de que a medida seria crucial para a segurança nacional dos EUA.
“Não é brincadeira, é uma prioridade do presidente”, declarou o secretário de Estado, Marco Rubio, há alguns dias, após Trump afirmar que “os Estados Unidos consideram que a propriedade e o controle da Groenlândia são uma necessidade absoluta”. Segundo o presidente, “se você olhar para os navios ao redor da ilha, verá Rússia, China e muita gente de muitos lugares”.
Diante das declarações, o primeiro-ministro groenlandês, Múte Bourup Egede, reagiu firmemente: “A Groenlândia é nossa, e o nosso futuro será decidido pelo nosso próprio povo”. Ele ainda alertou que “se os EUA não condenarem claramente essa abordagem, a situação só irá escalar e a agressão americana aumentará”. Egede classificou a visita como “uma demonstração de poder, sem espaço para mal-entendidos”.
A comunidade internacional e diversos partidos políticos da Groenlândia repudiaram a postura da Casa Branca e a presença de seus representantes na ilha.
“Rejeitamos qualquer envolvimento dos Estados Unidos, independentemente da forma. Está claro que a equipe de Trump não respeita nosso direito à autodeterminação”, escreveu a deputada groenlandesa Aaja Chemnitz nas redes sociais. Chemnitz também criticou a presença de Usha no território, interpretando-a como uma ameaça. Além disso, na última semana, centenas de manifestantes se reuniram em frente ao consulado dos EUA em Nuuk para protestar contra a visita.
Trump, no entanto, defendeu a ida da segunda-dama à Groenlândia e negou qualquer intenção provocativa. “Isso é um gesto de amizade, não uma provocação. Estamos lidando com muitas pessoas na Groenlândia que querem ver medidas sendo tomadas para garantir sua proteção e bem-estar”, afirmou o presidente durante uma reunião de gabinete.
“Fomos convidados e os groenlandeses gostam da ideia porque se sentiram um pouco abandonados, sem a devida atenção”, acrescentou.
(Com informações da AFP e EFE)
