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Em um momento surpreendente e fora do roteiro, o presidente Donald Trump pediu publicamente ao presidente israelense Isaac Herzog que conceda perdão ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pelas acusações de corrupção, durante seu discurso triunfante à Knesset nesta segunda-feira.
“Ei, tenho uma ideia. Sr. Presidente, por que você não dá um perdão a ele? Dê um perdão,” disse Trump, provocando grande aplauso dos parlamentares.
“Aliás, isso não estava no discurso, como vocês provavelmente sabem, mas eu gosto deste cavalheiro aqui,” continuou o presidente americano.
Trump ainda acrescentou: “Parece fazer todo sentido. Quer gostemos ou não, ele tem sido um dos maiores líderes em tempos de guerra. E charutos e champanhe, quem se importa com isso?”

O presidente Trump colocou o presidente israelense (à direita) em apuros durante seu discurso no Knesset. AP
Netanyahu, o primeiro-ministro que mais tempo ocupou o cargo na história de Israel, foi indiciado em 2019 por violação de confiança, suborno e fraude. As acusações envolvem três casos distintos, incluindo alegações de que o premiê e sua esposa receberam presentes luxuosos, como champanhe e charutos, de membros da elite israelense.
O premiê também é acusado de oferecer favores ao jornal Yedioth Ahronoth e à gigante de telecomunicações Bezeq em troca de cobertura mais positiva sobre si mesmo. O caso contou com mais de 140 testemunhas, incluindo aliados próximos, além de mensagens de texto e gravações como evidências. Netanyahu nega veementemente todas as acusações.
O julgamento, que se arrasta desde então, teve o depoimento da defesa e da promotoria, mas o testemunho de Netanyahu ainda foi adiado devido a conflitos de agenda.
Netanyahu e Herzog já foram rivais políticos ferrenhos. Herzog liderou a oposição contra Netanyahu de 2013 a 2018. Hoje, Herzog ocupa a presidência e tem poder para conceder perdão, expressando anteriormente abertura para analisar a questão:
“O caso Netanyahu pesa na sociedade israelense. Se houver pedido ou qualquer processo, divulgarei ao público com total transparência. Vou considerar o que é melhor para o Estado e todas as demais considerações,” afirmou Herzog à Army Radio no mês passado.
Trump, profundamente popular em setores da política israelense, tem histórico de relações públicas amigáveis com Netanyahu, embora os dois nem sempre concordem. Em outro momento do discurso, Trump disse: “Ele não é fácil, quero dizer a vocês. Não é o cara mais fácil de lidar — mas é isso que o torna grande.”
Durante a campanha de 2024, Trump também criticou Netanyahu por supostamente desistir de um ataque planejado contra o general iraniano Qasem Soleimani e por reconhecer a vitória de Joe Biden em 2020.
O episódio marcou mais um capítulo da relação entre Trump e a política israelense, misturando elogios, polêmica e pedidos diretos de intervenção judicial, enquanto Netanyahu enfrenta um processo judicial complexo e histórico.