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Um grupo de indígenas ocupou a entrada do Parque Nacional do Descobrimento, em Prado, no extremo sul da Bahia, na tarde de sábado (15). De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração da área, o acesso ao local segue interditado neste domingo (16).
Os manifestantes reivindicam a homologação da Terra Indígena Comexatibá, situada em outra área da região e alvo de disputa judicial há anos. Como medida de segurança, o ICMBio suspendeu as atividades no parque, incluindo a manutenção de aceiros contra incêndios, trabalhos de pesquisadores e o funcionamento da infraestrutura do local.
As negociações entre o instituto e os indígenas contam com a participação da Polícia Federal e de lideranças do extremo sul da Bahia, que desaprovam a ocupação. Em nota, caciques e outros representantes repudiaram o ato, alegando descumprimento de acordos anteriores.
Veja o que diz o ICMBio na íntegra
“Na tarde de 15 de março de 2025, último sábado, um grupo de indígenas ocupou a entrada principal do Parque Nacional do Descobrimento, localizada no município de Prado/BA.
Eles reivindicam a homologação da Terra Indígena Comexatibá, que fica em outra localidade, fora da área invadida.
Tratativas entre ICMBio, com apoio da Polícia Federal, e indígenas a frente do movimento estão em curso, a fim de encerrar a ocupação o mais breve possível.
Com intuito de garantir a segurança de visitantes, pesquisadores, servidores e demais cidadãos, a gestão da UC decidiu pelo fechamento do Parque Nacional do Descobrimento até a resolução da situação”.
Veja o que dizem as lideranças indígenas
“Nós, caciques, lideranças e famílias das Aldeias, Tibá, Pequí , Gurita, Kaí, Monte Dourado, da Terra Indígena Comexatiba, Prado/BA, vimos expressar nossa indignação e ajudar para esclarecimento do ICMBio; FUNAI; DPU; MPF; DPE e a sociedade local, regional, nacional e em geral, a respeito da ocupação da sede avançada do Parque Nacional do Descobrimento, em Prado, Extremo Sul da Bahia, no último dia 15 de Março de 2025. Momento em que, de nossa parte e das nossas organizações regionais e nacionais, estávamos ausentes de nossas comunidades. Nos encontrávamos em audiência pública com o MPF, na PGR/Distrito Federal, em Brasília. Da outra parte, segundo informações da servidora pública, chefe do citado Parque, um grupo dissidente e totalmente alheio às nossas organizações colegiadas, sem consulta ou consentimento de nossas representações, ocuparam a sede avançada do Parque Nacional Maturembá ( Parque Nacional do descobrimento), mantendo os funcionários,temporariamente, detidos, utilizando-se de arco flexa e borduna durante a ação da chegada.
Ocuparam a sede situada à entrada do referido parque, apreenderam veículos e equipamentos, cujos danos não nos responsabilizamos. Porque desde a data citada, o grupo mantêm permanência na área -, contrariando totalmente todos os acordos por nós, por nossas lideranças, coletivamente construídos, elaborados no Grupo de Trabalho formado entre nós, nossas organizações comunitárias, ICMBio e FUNAI, mediados pelo MPF (2017/2018), decidimos nos pronunciar.
