Nos siga em

O QUE ESTÁ PROCURANDO

Ciência e Tecnologia

Asteroide que dizimou dinossauros deu origem à Amazônia, diz estudo

O impacto do asteroide que dizimou os dinossauros há 66 milhões de anos ajudou a dar origem às florestas tropicais que conhecemos hoje, apontou um estudo publicado na revista científica Science nesta sexta-feira (02/04).

Pesquisadores analisaram dezenas de milhares de fósseis de pólen, esporos e folhas para entender como a colisão do asteroide afetou as matas tropicais da América do Sul. Esses fósseis foram coletados em 39 locais em toda a Colômbia e datam de 70 milhões a 56 milhões de anos atrás.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Os cientistas concluíram que, após a enorme rocha espacial ter atingido a Terra, exterminando mais de 75% da vida no planeta, o tipo de vegetação que formava essas florestas também mudou drasticamente.

Antes da colisão, a floresta tropical que prosperava na Colômbia consistia de arbustos floridos banhados pela luz do sol, que por sua vez fluía através de grandes fendas entre as copas de coníferas altas. Após o asteroide, essa floresta com dossel aberto foi transformada nas florestas densas e escuras da Amazônia que conhecemos hoje, afirmam os cientistas.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Ao analisar os fósseis coletados, o estudo descobriu que a diversidade de plantas diminuiu 45% imediatamente após a queda da rocha espacial. Depois do evento, levou 6 milhões de anos para que a rica diversidade da floresta tropical se recuperasse. Mesmo assim, a mata nunca foi a mesma.

“Um único acidente histórico mudou a trajetória ecológica e evolutiva das florestas tropicais”, afirma Carlos Jaramillo, pesquisador no Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian na Cidade do Panamá. “As florestas que temos hoje são realmente o subproduto do que aconteceu há 66 milhões de anos.”

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Antes, as florestas tropicais eram uma mistura de angiospermas, ou árvores e arbustos floridos, e de outras espécies de plantas, como coníferas e samambaias. “A competição pela luz não era tão intensa”, explica Jaramillo, que é paleoecologista, campo da ciência que estuda fósseis para reconstruir ecossistemas do passado.

Depois, as samambaias e coníferas desapareceram em grande parte, e as angiospermas passaram a representar cerca de 90% das espécies de plantas da floresta.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Por que mudou?

Os motivos não são totalmente claros, afirmam os cientistas no estudo. O clima da região no final do período Cretáceo, há 66 milhões de anos, era semelhante ao de hoje: quente e úmido. Mas outros fatores provavelmente estavam em jogo.

Enormes saurópodes herbívoros, os dinossauros de pescoço longo, teriam ajudado a manter as lacunas abertas entre as árvores, permitindo a entrada de luz, diz Jaramillo. Assim que o asteroide colidiu com a Terra, os dinossauros saíram de cena. Segundo o pesquisador, a extinção de certas famílias de plantas devido ao impacto também pode ter influenciado.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Um terceiro fator provável foi uma mudança na composição química do solo da floresta. As chuvas frequentes durante o Cretáceo quente e úmido removeram muitos nutrientes dos solos, o que teria favorecido a existência de gimnospermas como as coníferas.

“As gimnospermas tinham essa capacidade incrível de crescer com muito pouca comida e podiam vencer as angiospermas”, explica Jaramillo.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Segundo a equipe, as cinzas que caíram após o impacto do asteroide podem ter adicionado fósforo aos solos, fertilizando-os efetivamente. Com mais comida disponível, as angiospermas superaram as gimnospermas, crescendo rapidamente em direção ao céu e bloqueando a luz do sol.

Esse dossel espesso e fechado apareceu logo após o impacto, mas a diversidade florestal demorou muito mais para se recuperar, pois novas espécies começaram a evoluir para ocupar novos nichos ecológicos.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Para o pesquisador Jaramillo, esse longo caminho de recuperação da floresta traz um alerta importante para o impacto duradouro das atividades humanas modernas, como o desmatamento. “Gerar nova diversidade leva tempo geológico”, diz ele. “Não se trata apenas de plantar árvores.”

A importância da pesquisa

Em entrevista à Science, a paleoecologista Elena Stiles, da Universidade de Washington em Seattle, que não participou do estudo, afirma que a pesquisa é a primeira a trazer uma ideia abrangente do que aconteceu nos ecossistemas tropicais logo após a extinção dos dinossauros. Segundo ela, a maioria dos estudos sobre o evento envolve florestas na América do Norte ou mais ao sul, como na Patagônia, mas não nos trópicos.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Para Stiles, também é impressionante a possibilidade de que a descoberta possa ajudar a responder a uma pergunta de longa data sobre a surpreendente biodiversidade da América do Sul.

“Há muito tempo as pessoas se perguntam de onde vem toda essa diversidade”, afirma a cientista. Pesquisadores já especularam, por exemplo, que o clima do continente ou seu longo isolamento de outras regiões podem ser os responsáveis. “Portanto, é realmente interessante que esse evento de extinção em massa possa ter sido um dos mecanismos que o moldaram para ser esta região única.”

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

ek (ots)

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO
Escrito Por

Destaques

Últimas Notícias

O embate entre o bilionário sul-africano Elon Musk, proprietário da antiga plataforma de mídia social “X” (ex-Twitter), e o Supremo Tribunal Federal (STF) do...

Últimas Notícias

Em entrevista à CNN nesta segunda-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deixou claro que não tolerará invasões de terras pelo Movimento...

mauro vieira mauro vieira

Últimas Notícias

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, posicionou-se em defesa da nota emitida pelo Itamaraty em resposta ao ataque do Irã a Israel, afirmando...

OAB saidinha OAB saidinha

Últimas Notícias

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) declarou apoio à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de vetar um trecho da...

barco pará barco pará

Destaques

Uma embarcação com corpos foi descoberta no sábado (13) por pescadores no litoral do Pará. Segundo o capitão dos Portos da Amazônia Oriental, Ewerton...

Últimas Notícias

A apresentadora Silvia Popovic foi vítima de um assalto na tarde de domingo (14), na região central de São Paulo. Em um vídeo publicado...

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Brasil

Brasil

Atualmente, há registros de paralisações em várias instituições de ensino superior e técnico do Brasil. Ao menos 48 universidades, 71 institutos federais e um...

Brasil

A cantora sertaneja Lígia Fernanda Gonçalves, também conhecida como Nanda Ferraz, de 34 anos, faleceu em um acidente de carro na Rodovia Vicinal Luiz...

Brasil

Uma mulher de 38 anos morreu afogada ontem, dia 14, na piscina de Machácara, em Limeira, no interior de São Paulo, enquanto participava da...

Últimas Notícias

Por Arthur Virgílio Prezado colega Celso Amorim.CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO Li sua declaração, afirmando que o Irã dos aiatolás eunucos e misóginos “fez...

Brasil

Seis indivíduos foram detidos em flagrante no domingo (14), suspeitos de tentativa de fraude durante a realização de um concurso público em Vargem Grande...

Brasil

As intensas chuvas que afetam diversas regiões do Maranhão estão exacerbando o fenômeno das voçorocas em Buriticupu, localizada a cerca de 400 km de...

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO
Facebook
X\Twetter
LinkedIn
WhatsApp
Threads
Telegram
Reddit