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O governo da China anunciou que irá examinar detalhadamente os acordos comerciais relacionados à exportação de tecnologia, após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de prorrogar por 75 dias o prazo para que a empresa chinesa ByteDance venda os ativos americanos do aplicativo TikTok. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (8) por um porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
“A China se opõe a práticas que ignoram as leis da economia de mercado, recorrem à força e prejudicam os direitos e interesses legítimos das empresas”, afirmou o porta-voz. Ele também destacou que o país “respeita práticas comerciais justas, voluntárias e equitativas entre empresas”.
Trump anunciou a prorrogação na sexta-feira, adiando até meados de junho o prazo para que a ByteDance feche um acordo com um comprador não chinês — sob pena de proibição do TikTok nos Estados Unidos. A ordem executiva inicial havia sido assinada em janeiro e estava prevista para entrar em vigor neste sábado.
“O acordo precisa de mais tempo para garantir que todas as aprovações necessárias sejam obtidas”, declarou Trump. Ele acrescentou que o governo americano segue negociando “de boa fé” com a China, embora tenha admitido que Pequim “não está muito satisfeita com nossas tarifas recíprocas”.
Dois dias antes, Trump havia anunciado uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações para os EUA, além de aumentos específicos voltados aos principais parceiros comerciais. Como resposta, a China aplicou um imposto equivalente, o que levou Washington a impor uma nova tarifa adicional de 50% sobre importações vindas do país asiático, em vigor desde esta quarta-feira.
Um porta-voz da ByteDance afirmou na sexta-feira que a empresa “tem mantido conversas com o governo dos EUA sobre uma possível solução para o TikTok nos Estados Unidos. Ainda não há um acordo firmado. Existem pontos-chave a serem resolvidos. Qualquer acordo dependerá da aprovação da legislação chinesa”.
Segundo fontes consultadas pela agência Reuters, as negociações foram interrompidas depois que o governo chinês sinalizou que não autorizaria a venda dos ativos, em reação à imposição das novas tarifas por parte dos EUA.
Trump já declarou estar disposto a reduzir as tarifas sobre a China caso um acordo com a ByteDance seja alcançado. “Não queremos que o TikTok seja encerrado”, afirmou o presidente.
De acordo com a Reuters, as conversas lideradas pela Casa Branca envolvem um plano para que os principais investidores não chineses da ByteDance aumentem sua participação na empresa e adquiram as operações americanas do TikTok, criando uma nova entidade com sede nos Estados Unidos. O objetivo seria reduzir a participação chinesa a menos de 20%, em conformidade com as exigências legais.
Entre os envolvidos nas negociações estão o grupo Susquehanna International Group, ligado ao investidor Jeff Yass, e a General Atlantic, liderada por Bill Ford — ambos com assentos no conselho da ByteDance, segundo a Reuters.
Além disso, a varejista americana Walmart estaria considerando se juntar ao grupo de investidores. A empresa já demonstrou interesse no TikTok em 2020, mas não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da imprensa local.
O principal obstáculo para o avanço do acordo continua sendo a necessidade de uma autorização formal por parte do governo chinês, que até o momento não emitiu nenhum aval oficial para a venda dos ativos da plataforma nos Estados Unidos.
(Com informações da Reuters e EFE)
