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O dólar disparou no Brasil nesta sexta-feira (10), fechando acima de R$ 5,50, impulsionado por uma combinação de instabilidade na política fiscal do governo federal e o aumento da tensão comercial entre Estados Unidos e China.
A moeda norte-americana à vista subiu 2,39%, encerrando o dia cotada a R$ 5,5038, o maior valor desde 5 de agosto. Apesar do salto recente, o dólar ainda acumula uma queda de 10,93% no ano. O dia foi de perdas para os ativos brasileiros, com o Ibovespa em baixa e o avanço nas taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs).
O principal fator de pressão interna foi a incerteza em relação à política fiscal do governo Lula. O clima de desconfiança se intensificou após a Câmara dos Deputados rejeitar a Medida Provisória 1303, que buscava aumentar a arrecadação com a taxação de aplicações financeiras. A decisão foi vista pelo mercado como um revés para o esforço do governo em equilibrar as contas públicas.
Segundo o Ministério da Fazenda, a MP rejeitada poderia gerar um impacto fiscal positivo de R$ 14,8 bilhões em 2025 e R$ 36,2 bilhões em 2026.
Ainda pela manhã, o pessimismo cresceu após uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indicar que um pacote de medidas do governo para 2026 poderia somar R$ 100 bilhões sem garantias de receita, o que levantou preocupações com o impacto nas contas públicas, especialmente em ano eleitoral.
A pressão sobre o mercado aumentou na parte da tarde, com a escalada das ameaças comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou elevar as tarifas sobre produtos chineses e cancelar uma reunião com o presidente Xi Jinping.
Trump acusou a China de “manter a economia global refém” após o país asiático ampliar os controles de exportação de terras raras na quinta-feira (9). Pouco depois, as ameaças se concretizaram, com Trump anunciando tarifas de 100% sobre as exportações chinesas para os EUA e impondo controles sobre “todo e qualquer software crítico”.