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O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, classificou o assassinato de dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocorrido em Tremembé, São Paulo, como um ato orquestrado “como uma milícia”. Em entrevista ao jornal O Globo, nesta quarta-feira (15), Teixeira apontou que o crime, cometido na segunda-feira (13), foi impulsionado por um “discurso de ódio da extrema direita”.
De acordo com o ministro, aproximadamente 30 pessoas armadas chegaram ao local atirando e uma imobiliária teria mostrado interesse na área, chegando até a tirar fotos do terreno. “Ninguém mobiliza esse número de pessoas sem que haja dinheiro envolvido. Esse crime é a síntese do discurso de ódio contra o MST. O ingrediente novo é a atuação semelhante à milícia”, afirmou Teixeira.
Teixeira também criticou a aprovação de iniciativas no Congresso Nacional que, segundo ele, intensificam a violência contra movimentos sociais como o MST. Ele destacou projetos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que desobrigam a ordem judicial para remoção de invasores de terras e que contribuem para um “ambiente de hostilidade e violência contra os trabalhadores rurais”. O ministro acusou a presidente da CCJ de aproveitar uma brecha no processo legislativo para aprovar pautas que fomente esse tipo de violência.
Sobre a relação entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o MST, Teixeira defendeu a retomada da reforma agrária, com a promessa de um programa robusto de entregas previsto para janeiro. Ele reconheceu, no entanto, que o processo depende de amadurecimento interministerial e da aprovação de projetos no Congresso.
