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Corrupção no governo Alckmin: Ex-diretor do metrô revela detalhes do esquema de propina da Odebrecht

Sergio Correa Brasil, ex-diretor do Metrô de São Paulo e ex-Secretário Executivo do Conselho Gestor de Parceiras Público Privadas (PPPs) do estado de São Paulo, fez colaboração premiada para a Polícia Federal e ao Ministério Público Eleitoral no dia 18 de junho deste ano. Em seu relato, ele detalha todo o esquema de corrupção do até então na época governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Segundo Correa,  Alckmin teria negociado com a Odebrecht o pagamento de propinas para o financiamento de campanhas eleitorais. Porém, o tucano não teria sido beneficiado pessoalmente com a propina. A informação é de Caio Junqueira da CNN Brasil.

No ano passado, o ex-diretor do metrô já tinha feito um primeiro depoimento à Lava Jato, mas só agora, em sua nova colaboração ele menciona o ex-governador. O novo depoimento acontece após as investigações contra Alckmin passarem a  ser conduzidas pela Justiça Eleitoral de São Paulo.

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O documento, obtido pela CNN, revela os detalhes dados por Correa, como por exemplo, um desses encontros para “alinhamento” entre as cúpulas do Bandeirantes e da Odebrechet do qual o governador participava. “Para essas coisas funcionarem (recebimento de propinas) tem que ter um processo que eu chamo de ‘alinhamento’ (…) quem está acostumado com a gestão pública percebe os sinais, as mensagens, as intenções dos governantes (..) são contratos vultuosos e é natural que esses contratos produzam esse tipo de coisa que aconteceu comigo, eu fiz um negócio particular para mim, mas também que eles subsidiem e dê a condição da remuneração para as campanhas políticas.” 

Ele também chega a contar mais detalhes de um dos encontros em que Alckmin participou. “Nessa relação que tinha mais próxima com os empreiteiros (…) eles (executivos da Odebrecht) deixavam transparecer, sem entrar em detalhes, que eu ficasse tranquilo com relação aos meus superiores, o governo, volto à palavra ‘alinhamento’, as coisas estavam ‘alinhadas’. (…) Em uma vez em especial, me procura (executivo da Odebrecht) (…). No mesmo momento em que ele estava comigo no Palácio do Governo, os superiores dele, os diretores da Odebrecht estavam falando com o Governador. (…). Vinham em equipe, via gente lá embaixo no jardim se encontrando, (…) o nível de diretoria que falava comigo e o nível da alta direção das empresas subindo pra falar com o Governador. (…) Isso é embrionário, lá dentro você observa as coisas (…) eu não ia fazer algo pra mim que não estivesse seguro que aquilo estava atendendo a alta administração do Governo.”

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Após isso ele declara que Alckmin tentava sempre não se expor nessas tratativas. Muito pelo contrário contrário, o pol[itico chegava a “falar mal” delas, apesar de não tentar barrá-las.  “Ele falava mal, reclamava, (…) incomodado. (…). O governador não vai se expor naquilo, aí desce pela estrutura, chega em alguém como eu que tava no terceiro escalão, de quem vai executar e fazer aquilo acontecer, por isso que eu era uma peça importante, ou mesmo quando eu estava lá no Metrô como diretor, alguém lá na ponta tem que fazer, isso vem nesse processo que eu chamei de ‘alinhamento’, certamente tem os interesses políticos, partidários e de campanha, e interesses pessoais de outras pessoas como eu que se envolveram em tirar benefício, cada um na sua função.”

Ainda de acordo com o relato de Sergio Correa, um outro funcionário de escalão inferior como ele, Marcos Antonio Monteiro, que na época era o então presidente da Imprensa Oficial, também era peça importante nesse “alinhamento”. Ele inclusive participava das reuniões técnicas da construção da linha 6 do metrô entre 2011 e 2013 sem exercer qualquer cargo oficial relacionado às obras.

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No relato, o ex-diretor aponta Monteiro como o responsável por arrecadar para a campanha de Alckmin e falava em nome do então governador. “Ele era um homem, (…) você sabe quem são as pessoas que são importantes para o Governador, que tem relação grande com o Governador, não lembro se ele era um tesoureiro, vamos dizer assim, oficial da campanha, mas ele tinha (…) um destaque muito grande por ser uma pessoa que falava em nome do Governador e tinha muita força, enfim (…) você procura identificar essas pessoas para ter os “sinais”, muitas vezes ele passa uma mensagem, fala de objetivos, de metas e se entende que aquilo lá é importante. (…). Era bastante próximo, daquelas pessoas de maior confiança do Governador. Marcos Antonio Monteiro não fazia parte do Conselho Gestor, não era membro, mas acompanhava, então de novo vem naquele sentido, de que pessoas importantes estavam administrando, coordenando, procurando informações a respeito dos grandes processos, (…) ele participava convidado por algum secretário e entendi que embora ele não tivesse nenhuma ação diretamente da atribuição dele no processo, ele estava ali para transmitir alguma coisa para o governador.(..) acontecia dessa forma.”

Segundo Correa Brasil  a relação do governo paulista com as empreiteiras em São Paulo era “de duas mãos” e que, para que funcionasse, era necessário haver esses interlocutores que falassem pelo governador.

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“É um caminho de duas mãos mesmo, (…) para um processo dar certo naquele tipo de procedimento, ele tinha que obrigatoriamente ter esses canais de passagem, vamos dizer assim, como o meu caso de um técnico que tava ajudando de uma certa forma, e as outras esferas que estavam garantindo que aquilo fosse dar certo, não tem como, para isso o governador não vai falar dessas coisas, alguém faz a interlocução e aí aparecem essas pessoas que eu estou mencionando, que a gente identifica como de um grau importante em geral. (MARCOS ANTÔNIO MONTEIRO) acredito que sim, pela importância dele no governo. (…) As empresas às vezes falam: (…) ‘oh.. sabem que a campanha agora, estamos aí apertado’, às vezes era até desculpa, às vezes atrasou meu pagamento porque eles tinham outros compromissos, já ouvi coisa desse tipo: ‘olha, esse mês não dá porque tá em campanha’.”

Por último final, ele faz questão de destacar que os contratos negociados estavam diretamente relacionados ao processo eleitoral de 2014. “Esse contrato da Linha 6 o orçamento dele girou em torno de 10 bilhões de reais, estamos falando de preços de 2012, então era muito grande, muito alto. Saí em 2013, essa licitação já estava concluída, (o contrato da linha 6 do metrô) foi assinado no início de 2014, março, abril no máximo. (…) Nas reuniões que eu ia era muito cobrado, no ano anterior, ele tinha uma cláusula de eficácia de seis meses, então se ele foi assinado em abril, ele só teria eficácia e o governo autorizar o início da obra em outubro, praticamente, no auge da campanha, então a pressão é que eu assinasse em 2013 para que ele surtisse os efeitos logo no começo de 2014.”

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Esse depoimento faz parte do processo 22-96.2018.6.26.0001 que está tramitando na 1ª Zonal Eleitoral em São Paulo/SP. O Ministério Público já apresentou denúncia, que foi recebida pela Justiça. Alckmin já é formalmente réu neste processo por corrupção, caixa 2 e lavagem de dinheiro. Os investigadores apontam que a campanha do tucano de 2014, detalhada por Sergio Correa, recebeu R$ 9,3 milhões da campanha. Na avaliação deles, também, o depoimento foi corroborado por outras provas, como depoimentos de entregadores de dinheiro e ligações telefônicas de doleiros que ajudavam no esquema.

O ex-governador Geraldo Alckmin não quis se manifestar sobre o caso.

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Em nota a Odebrecht, afirma que “Esta notícia se refere a fatos do passado. A Odebrecht continua colaborando com as autoridades. A empresa tem hoje controles internos rígidos, que reforçam o compromisso com a ética, a integridade e a transparência.”

Os advogados de Marcos Monteiro afirmaram que, com relação às “elucubrações de Sérgio Brasil, se manifestará oportunamente nos autos, reiterando, uma vez mais, sua completa inocência”.

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