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O ex-presidente peruano Alberto Fujimori morreu nesta quarta-feira (11), em decorrência de complicações de saúde. Segundo a imprensa local, Fujimori morreu na residência de sua filha, Keiko Fujimori, localizada no distrito de San Borja, em Lima, meses após ter sido libertado por decisão do Tribunal Constitucional. Fujimori governou o Peru entre 1990 e 2000 e havia enfrentado uma série de problemas médicos desde que foi preso em 2007.
Fujimori, que havia recebido um indulto humanitário durante o governo de Pedro Pablo Kuczynski, retornou à prisão posteriormente devido a irregularidades no processo que o beneficiou. No entanto, sua liberdade foi restaurada no final de 2023.
Pouco após a confirmação da morte, os filhos do ex-presidente, incluindo Keiko Fujimori, se pronunciaram nas redes sociais. O advogado de Fujimori, Elio Riera, também expressou suas condolências por meio de um comunicado, confirmando o falecimento. Ainda mais cedo, o médico pessoal de Fujimori, Alejandro Aguinaga, já havia informado sobre o estado crítico de saúde do ex-presidente.
Durante uma coletiva de imprensa, o primeiro-ministro do Peru, Gustavo Adrianzén, interrompeu a sessão para ler o anúncio feito por Keiko Fujimori, oferecendo suas condolências à família do ex-presidente e informando que o governo iniciaria coordenações com os familiares para os preparativos funerários.
O legado controverso de Fujimori
Alberto Fujimori assumiu o poder em 1990 após derrotar o candidato do Movimento Libertad, o escritor Mario Vargas Llosa. Seu governo, marcado por políticas autoritárias, foi uma resposta ao caos econômico herdado do governo anterior, de Alan García, e à luta contra grupos terroristas como o Sendero Luminoso e o Movimento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA). No entanto, sua gestão também foi envolta em corrupção, com Fujimori sendo listado como um dos líderes mais corruptos do mundo, segundo um relatório da Transparência Internacional de 2004, que estimou que ele desviou cerca de US$ 600 milhões durante seu mandato.
Em 2009, Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão por homicídio, lesões graves e sequestro, sendo considerado responsável pelas matanças de Barrios Altos e La Cantuta, além dos sequestros do jornalista Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer.
Seu governo também foi responsável por um controverso programa de esterilização forçada, que visava mulheres de áreas pobres e andinas do país, numa tentativa de controlar a pobreza. Estima-se que cerca de 350 mil mulheres e 25 mil homens tenham sido esterilizados durante seu governo, o que levou à abertura de um processo judicial em 2021, acusando Fujimori e seus ministros de graves violações de direitos humanos.