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A empresa taiwanesa Gold Apollo admitiu nesta quarta-feira (18) ter autorizado o uso de sua marca nos pagers que explodiram no Líbano e na Síria, em uma operação atribuída a Israel contra o Hezbollah, mas afirmou que os dispositivos foram fabricados por outra companhia com sede em Budapeste.
Os pagers , usados por centenas de membros da milícia Hezbollah, explodiram quase simultaneamente na terça-feira, no Líbano e na Síria. O ataque deixou ao menos 12 mortos, incluindo uma menina de 8 anos, e cerca de 3.000 feridos.
O Hezbollah e o governo libanês responsabilizaram Israel pelo que aparenta ser um sofisticado ataque à distância. Um funcionário dos EUA, que pediu para não ser identificado, afirmou que Israel informou o governo norte-americano sobre a operação após sua conclusão. Pequenas quantidades de explosivos teriam sido ativadas remotamente nos dispositivos.
Relação entre Gold Apollo e BAC Consulting
Segundo comunicado da Gold Apollo, os pagers AR-924 usados pelos militantes foram fabricados pela BAC Consulting KFT, uma empresa com sede na capital húngara. “Autorizamos a BAC a utilizar nossa marca em determinadas regiões, mas o design e a fabricação são de responsabilidade exclusiva deles”, informou a Gold Apollo.
Hsu Ching-kuang, presidente da Gold Apollo, disse que a empresa tem um acordo com a BAC há três anos, embora não tenha apresentado evidências do contrato.
Por volta das 15h30 no Líbano, os pagers começaram a aquecer e explodiram nas mãos ou bolsos dos militantes, causando pânico e cenas de caos. A maior parte das explosões ocorreu em áreas controladas pelo Hezbollah, como no sul de Beirute e na região de Beqaa, no Líbano, e também em Damasco.
Reação do Hezbollah e resposta de Israel
O Hezbollah confirmou que continuará seus ataques a Israel, como tem feito nos últimos dias em apoio ao Hamas e aos palestinos de Gaza. Em comunicado, o grupo prometeu uma resposta pelo “massacre de terça-feira” e alertou que Israel enfrentará as consequências.
O grupo começou a lançar foguetes em direção a Israel em 8 de outubro, após o ataque do Hamas ao sul do país, desencadeando uma resposta militar israelense e o atual conflito em Gaza. A violência desde então já deixou centenas de mortos no Líbano e dezenas de vítimas em Israel, além de forçar o deslocamento de milhares de pessoas.
Nos hospitais de Beirute, o caos inicial diminuiu, mas familiares dos feridos ainda aguardavam notícias. O ministro da Saúde do Líbano, Firas Abiad, informou que muitos feridos sofreram graves lesões nos olhos e amputações. O governo do Líbano recebeu ajuda de países como Turquia, Iraque, Síria e Egito.
Explosivos escondidos e rede de pagers
Especialistas acreditam que os explosivos foram colocados nos pagers antes de serem entregues aos militantes, em uma sofisticada operação de infiltração na cadeia de suprimentos. O modelo AR-924, descrito como “resistente”, tinha uma bateria de lítio que durava até 85 dias, crucial em um país com constantes quedas de energia.
O Hezbollah via os pagers como uma forma de contornar a intensa vigilância eletrônica israelense nas redes de celular. O líder do grupo, Hassan Nasrallah, já havia alertado sobre os riscos de espionagem dos celulares, chamando-os de “dispositivos de escuta”. Com informações da AP