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O procurador-geral do Azerbaijão, Kamran Aliev, informou nesta segunda-feira (30) que a Rússia se comprometeu a identificar e punir os responsáveis pela queda do avião da Azerbaijan Airlines, ocorrido em 25 de dezembro, que, segundo Baku, foi abatido por disparos de defesas aéreas russas antes de cair no Cazaquistão, matando 38 pessoas.
Embora Moscou ainda não tenha feito uma declaração oficial reconhecendo a responsabilidade pelo incidente, afirmou que o sistema de defesa estava “ativo” no momento da tragédia, o que levou o presidente Vladimir Putin a pedir desculpas.
Aliev, citado em um comunicado, revelou que o chefe do comitê de investigação russo, Alexander Bastrikin, o informou de que “foram tomadas medidas intensivas para identificar os culpados e responsabilizá-los criminalmente”. A Procuradoria do Azerbaijão também afirmou que a Rússia prometeu realizar uma “investigação completa, exaustiva e objetiva” sobre o ocorrido, além de apoiar as investigações em andamento no Cazaquistão, onde o avião caiu.
Embora a Rússia não tenha assumido oficialmente a responsabilidade pelo desastre aéreo, que resultou na morte de 38 pessoas, o presidente russo, Vladimir Putin, fez um pedido de desculpas ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev. Putin reconheceu que disparos de artilharia antiaérea foram realizados pela Rússia no dia do incidente, devido a um ataque de drone ucraniano, mas não confirmou que os projéteis atingiram diretamente o avião da Azerbaijan Airlines, que realizava a rota Baku-Grozny, entre o Azerbaijão e a Chechênia.
O pedido de desculpas de Putin, no entanto, não foi suficiente para satisfazer as autoridades do Azerbaijão. No domingo, Aliev acusou a Rússia de disparar contra a aeronave, um Embraer 190, e tentar encobrir a causa do desastre. Ele exigiu uma confissão de culpa, marcando a primeira declaração pública dos países envolvidos sobre a possibilidade de o avião ter sido abatido acidentalmente, hipótese que ganhou força após a divulgação de imagens dos danos na fuselagem da aeronave.
Em entrevista à Agência de Imprensa do Azerbaijão (APA), Zulfugar Asadov, membro da tripulação de cabine que sobreviveu ao incidente, relatou que, enquanto o avião se preparava para pousar em meio a uma forte neblina, um impacto externo foi ouvido. Ele afirmou ter se ferido no momento do impacto.
As caixas-pretas do avião foram localizadas e serão enviadas ao Brasil, onde representantes da Embraer e da agência brasileira de investigação e prevenção de acidentes aéreos (Cenipa) já haviam sido enviados ao local. Apesar das críticas, autoridades do Azerbaijão destacaram que a Rússia “prestou o apoio necessário aos procuradores enviados para Grozny”, capital da Chechênia, onde o avião tentou aterrar duas vezes antes de cair em Aktau, no Cazaquistão, do outro lado do Mar Cáspio.