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A França está compartilhando informações de inteligência com a Ucrânia depois que os Estados Unidos anunciaram a suspensão do intercâmbio de dados com Kiev, afirmou o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, nesta quinta-feira.
Na quarta-feira, os EUA interromperam o fornecimento de informações estratégicas à Ucrânia, cortando um fluxo vital de inteligência que vinha auxiliando o país em guerra a atacar as forças invasoras russas. No entanto, autoridades do governo Trump indicaram que a suspensão pode ser temporária, dependendo das negociações entre Washington e Kiev.
A inteligência norte-americana é considerada essencial para que a Ucrânia rastreie os movimentos das tropas russas e selecione alvos estratégicos.
Em entrevista à rádio France Internationale, Lecornu afirmou que a França continuará a fornecer informações a Kiev.
“Nossa inteligência é soberana”, disse o ministro. “Temos informações que podem ser úteis à Ucrânia.”
Ele também revelou que, após a decisão dos EUA de suspender toda a ajuda militar a Kiev, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu a aceleração dos pacotes de assistência da França para compensar a ausência do apoio norte-americano.
Lecornu destacou que a suspensão da ajuda dos EUA impactou os envios de suprimentos militares à Ucrânia a partir da Polônia. No entanto, ressaltou que os ucranianos já aprenderam a lidar com a guerra e a armazenar recursos.
Rússia como ameaça global
O ministro francês alertou que a Rússia continua representando uma ameaça significativa e criticou aqueles que minimizam esse perigo.
“Não há um só agente da Direção-Geral de Segurança Externa da França (DGSE) ou oficial do Estado-Maior que considere que a Rússia não seja uma ameaça”, afirmou.
Em tom irônico, Lecornu acrescentou: “Não sei em que idioma deveríamos dizer isso. Talvez, para alguns, em russo.”
O ministro também mencionou a crescente aliança entre Moscou, Irã e Coreia do Norte, alertando sobre possíveis transferências de tecnologia militar e programas de armamento que antes eram regulados até mesmo durante a Guerra Fria.
“Infelizmente, não há muito de positivo a se esperar desse cenário”, concluiu.
Suspensão da ajuda dos EUA
As declarações de Lecornu foram feitas após o diretor da CIA, John Ratcliffe, confirmar a interrupção da troca de informações de inteligência com Kiev. A decisão ocorreu logo após um embate público entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca.
Ratcliffe explicou que a suspensão faz parte da estratégia de Trump para pressionar a Ucrânia a se comprometer com o processo de paz.
“O que o presidente Trump fez foi pedir uma pausa”, disse o diretor da CIA em entrevista à Fox News. “Nunca houve uma guerra sob sua liderança. Ele quer encerrar os conflitos existentes.”
Zelensky, por sua vez, declarou estar disposto a seguir a liderança de Trump para alcançar uma “paz duradoura”.
“Ninguém deseja mais a paz do que os ucranianos”, afirmou o líder ucraniano.
(Com informações da AP e da EP)
