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A Comissão de Energia Atômica de Israel emitiu uma declaração que respalda as afirmações do presidente americano, Donald Trump, sobre a extensão dos danos causados às instalações nucleares iranianas. A manifestação ocorre em meio a avaliações contraditórias sobre o impacto real dos bombardeios do último domingo.
A declaração israelense, distribuída pela Casa Branca durante a cúpula da OTAN em Haia e lida por Trump em coletiva de imprensa, assegura que os ataques americanos, combinados com operações israelenses prévias, “atrasaram a capacidade do Irã de desenvolver armas nucleares por muitos anos”. A informação contraria relatórios de inteligência vazados que sugeriam um impacto menor.
Trump, em coletiva de imprensa durante a cúpula na quarta-feira, defendeu vigorosamente sua avaliação de que as instalações nucleares iranianas “foram obliteradas”, afirmando ter conversado com “pessoas que viram o local” e que confirmaram a destruição total.
“Falei com pessoas que estiveram em Fordow e disseram que está obliterada”, declarou Trump, referindo-se à principal instalação de enriquecimento de urânio iraniano. O presidente americano enfatizou que não se baseia unicamente na inteligência israelense para sua avaliação.
Hegseth: Fordow Está “Devastada e Obliterada”
O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, adotou um tom mais agressivo ao defender a versão oficial, afirmando que a evidência sobre o que resta da instalação nuclear de Fordow “está enterrada sob uma montanha, devastada e obliterada”.
“Se você quer fazer uma avaliação sobre o que aconteceu em Fordow, é melhor pegar uma pá grande e cavar muito fundo”, declarou Hegseth com evidente irritação. “Aqueles que lançaram as bombas precisamente no lugar certo sabem exatamente o que aconteceu quando explodiram.”
A controvérsia surgiu após o vazamento de um relatório de inteligência americano que contradizia as declarações públicas da administração Trump. Segundo este relatório, os danos só atrasaram o programa nuclear iraniano “poucos meses”, uma avaliação significativamente diferente da narrativa oficial.
Trump anunciou que os Estados Unidos emitirão um relatório oficial sobre Fordow para esclarecer a situação, enquanto criticou duramente os veículos de comunicação por reportar as avaliações de inteligência vazadas, classificando-os de “repugnantes” e “muito injustos” com os pilotos que “arriscaram suas vidas por nosso país”.
O presidente americano também revelou que o Irã não teve tempo de mover o urânio altamente enriquecido antes dos ataques. “Acreditamos que os atingimos com tanta força e tão rapidamente que eles não puderam se mover, e se você soubesse sobre esse material, é muito difícil e muito perigoso de mover”, explicou Trump. “Sim, acreditamos que conseguimos. Acreditamos que está coberto com granito e aço”, acrescentou, sugerindo que o material nuclear ficou sepultado sob os escombros.
Aliado de Netanyahu Contradiz Trump: “Ninguém Esteve em Fordow Ainda”
No entanto, as afirmações de Trump sobre inspeções terrestres israelenses geraram contradição dentro do próprio establishment israelense. Essa versão foi desmentida por Aryeh Deri, presidente do partido Shas e observador regular do gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Em declarações ao site de notícias ultraortodoxo Kikar Hashabbat, Deri rechaçou categoricamente as afirmações de Trump, declarando que “ninguém visitou lá ainda”.
Apesar da falta de verificação no terreno, Deri afirmou que “posso dizer que a ameaça existencial… foi eliminada do povo de Israel”. O político ultraortodoxo, que foi informado com antecedência do ataque israelense de 13 de junho contra o Irã, escreveu posteriormente no jornal do partido Shas, HaDerech, que Israel decidiu tomar ação militar contra o programa nuclear de Teerã após “longos meses de discussões, centenas de horas de revisões de segurança, análises e avaliações de riscos”.
Próximas Conversas com Irã e Possível Flexibilização de Sanções
Apesar das afirmações de sucesso total, Trump anunciou que os Estados Unidos manterão conversas com o Irã na próxima semana, embora tenha indicado que um acordo já não é tão necessário, dado o que considera a destruição completa do programa nuclear iraniano.
“Podemos assinar um acordo. Para mim, não creio que seja tão necessário”, declarou Trump. “Eles tiveram uma guerra, lutaram, e agora estão retornando ao seu mundo. Não me importo se tenho um acordo ou não. Destruímos o nuclear.” O presidente americano sugeriu que poderia solicitar uma declaração do Irã comprometendo-se a não desenvolver armas nucleares, mas enfatizou que o país já não tem capacidade para fazê-lo. “Provavelmente vamos pedir isso. Mas não vão fazer de qualquer maneira. Já terminaram”, afirmou.
Em um sinal de possível flexibilização da pressão econômica, Trump insinuou que os Estados Unidos poderiam precisar aliviar as sanções petrolíferas contra o Irã para ajudar o país a se reconstruir. “Vão precisar de dinheiro para colocar esse país de volta em forma. Queremos que isso aconteça”, declarou.
A situação se desenvolve enquanto o diretor-geral do Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA), Rafael Grossi, busca o retorno de inspetores às instalações nucleares iranianas para avaliar independentemente o impacto dos ataques militares. O Irã informou ao OIEA em 13 de junho que tomaria “medidas especiais” para proteger seus materiais nucleares, particularmente suas existências de urânio enriquecido até 60% de pureza, próximo ao grau militar. Até o momento, Teerã não respondeu oficialmente ao anúncio de Trump sobre as conversas programadas para a próxima semana.
