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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (5) que não avançará com a implementação do plano de paz proposto pelos Estados Unidos enquanto o grupo palestino Hamas não liberar todos os reféns que mantém sob seu poder — vivos ou mortos. A declaração foi feita durante um fórum e transmitida pelo Canal 12 da televisão israelense.
“Não avançaremos com nenhum dos artigos do plano até que se cumpra a libertação dos sequestrados, vivos e mortos, e sejam transferidos para território israelense”, disse Netanyahu.
As declarações ocorrem às vésperas do início das negociações indiretas entre Israel e Hamas, previstas para esta segunda-feira (6) em El Arish, no Egito. O plano de 20 pontos do presidente Donald Trump propõe um cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns e a criação de um governo de transição em Gaza.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, adotou um tom ainda mais duro ao advertir que os reféns serão libertados “de uma forma ou de outra”. “Se o Hamas se recusar a libertar os reféns, as Forças de Defesa de Israel intensificarão o fogo até derrotar o Hamas e garantir o retorno de todos”, declarou, durante visita a um memorial da Guerra do Yom Kipur.
Embora o Hamas tenha se declarado disposto a liberar todos os reféns, exige que a medida seja acompanhada por um cessar-fogo e pela retirada parcial do Exército israelense de áreas estratégicas da Faixa de Gaza. Netanyahu, no entanto, insiste que a libertação dos reféns seja a prioridade e o primeiro ponto a ser cumprido.
O dirigente do Hamas, Jalil Al Haya, reapareceu no sábado (4) em entrevista à rede Al Araby, após quase um mês fora do cenário público devido a um ataque israelense em Doha que matou cinco membros da delegação negociadora, incluindo seu filho. Na entrevista, ele evitou comentar a proposta de Trump, preferindo lamentar as mortes no ataque.
Delegações do Hamas, do Catar e dos Estados Unidos devem chegar ao Egito nesta segunda-feira para dar início ao diálogo mediado pelo país, com apoio também da Jordânia, Turquia, Indonésia, Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Em comunicado conjunto, os ministros das Relações Exteriores desses países consideraram a disposição do Hamas em negociar como uma “oportunidade real” para o fim da guerra.
Donald Trump afirmou em sua rede Truth Social que Israel já aceitou uma “linha inicial de retirada” apresentada aos mediadores e que, após a confirmação do Hamas, o cessar-fogo será “IMEDIATO”.
O conflito, iniciado com o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, deixou 1.219 mortos em Israel, a maioria civis, segundo dados oficiais. A ofensiva de retaliação israelense já causou 67.139 mortes na Faixa de Gaza, segundo números do Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
A negociação sobre o plano de paz de Trump, portanto, será decisiva para definir os próximos passos do conflito, mas os impasses quanto à libertação dos reféns e à presença militar israelense em Gaza seguem como obstáculos centrais.