Segundo um levantamento do Monitoramento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV (Dapp/FGV), a maioria dos internautas brasileiros considerou abusiva a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de suspender o Telegram no país.
Segundo a pesquisa, a maioria dos internautas considerou ‘abusiva’ a decisão de do total de interações feitas sobre o assunto entre sexta (18) e domingo (21), 76% criticou a decisão e a associou com um ato abusivo.
Durante o período monitorado, o Dapp verificou-se 589,6 mil interações no Twitter em relação ao tema. A maioria (69,64%) comparou a decisão de Morais ao que ocorre em ditaduras como Cuba, China e Coreia do Norte. Eles também avaliaram que a suspensão da ferramenta poderia configurar uma ameaça à democracia, uma vez que o Telegram seria a única ferramenta em que gozariam liberdade de expressão. O descontentamento dos internautas também ficou evidente pelas hastags mais usadas, como #impeachmentalexandredemoraes e #impeachmentalexandremoraes, que somaram 12,9 mil postagens; #stfvergonhanacional, que apareceu em 33,5 mil tuítes; e #moreastirano, em 4,9 mil postagens.
Ainda conforme o monitoramento da FGV, alguns usuários criticaram a decisão de Alexandre Moraes, mas associaram a ação diretamente a uma tentativa de prejudicar o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores em ano eleitoral. Do total de interações, 7% tinham essa característica, e sugeriram que Alexandre de Moraes seria um “tirano”, ou comparavam o Brasil a países pouco democráticos que já baniram a ferramenta, como Azerbaijão, Paquistão e Rússia.
Já em 11,12% das interações, feitas principalmente por políticos de esquerda e celebridades, o teor das postagens era favorável ao bloqueio do Telegram. As mensagens disseram que a decisão era razoável, uma vez que a plataforma teria se negado a cumprir decisões judiciais. Alguns perfis alegaram que a ferramenta seria usada para crimes ou disseminação de notícias falsas e outros ironizaram a frustração da ala governista diante do episódio.