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Uma pesquisa recente trouxe novas evidências sobre a relação entre a má qualidade do sono e o risco de demência. Cientistas do Reino Unido analisaram as estruturas cerebrais de mais de 40 mil adultos e concluíram que a disrupção de um sistema de limpeza cerebral, chamado sistema glinfático, impede a eliminação de resíduos tóxicos, elevando a probabilidade de desenvolver a doença.
Publicado no periódico Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, o estudo sugere que o sono desempenha um papel “fundamental” na função glinfática. Quando o sono é interrompido de forma persistente, o sistema falha em sua função de impulsionar o fluido cerebrospinal (LCR) através do cérebro, dificultando a limpeza de “materiais tóxicos”.
A falha nesse sistema leva ao acúmulo de duas proteínas associadas à doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência: amiloide e tau. O acúmulo dessas proteínas forma placas e emaranhados que prejudicam a função das células cerebrais, afetando a memória.
Abrindo Caminho para Novas Terapias
Os pesquisadores utilizaram um algoritmo em mais de 40 mil exames de ressonância magnética para avaliar a função glinfática. Eles identificaram três biomarcadores associados ao comprometimento do sistema que podem prever um risco aumentado de demência, incluindo a velocidade do fluxo do LCR e o tamanho do plexo coroide, local de produção do fluido.
O Dr. Yutong Chen, especialista em neurociências clínicas da Universidade de Cambridge e coautor do estudo, destacou a importância das descobertas. “Embora devamos ser cautelosos em relação aos marcadores indiretos, nosso trabalho fornece uma boa evidência em uma coorte muito grande de que a disrupção do sistema glinfático desempenha um papel na demência. Isso é emocionante porque nos permite perguntar: como podemos melhorar isso?”, comentou.
Os achados abrem a possibilidade de que medicamentos existentes sejam reutilizados, ou que novos sejam desenvolvidos, para melhorar a função glinfática.
Fatores de Risco e Prevenção
O estudo também revelou que fatores de risco cardiovascular, como a pressão alta, prejudicam a função glinfática e aumentam o risco de demência.
O Dr. Hui Hong, coautor, acrescentou: “Já temos evidências de que doenças de pequenos vasos no cérebro aceleram doenças como o Alzheimer, e agora temos uma provável explicação para isso.”
Os pesquisadores sugerem que “estratégias para melhorar a dinâmica do LCR podem reduzir o risco de demência”. Isso inclui a melhoria dos padrões de sono interrompidos e o tratamento imediato da pressão alta. As descobertas serão apresentadas na íntegra hoje no Congresso Mundial de AVC 2025 em Barcelona.