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Um relatório técnico do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontou uma série de irregularidades no uso de recursos públicos por uma organização não governamental com sede em Manaus (AM), ligada à secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura. A ONG, chamada Instituto de Articulação de Juventude da Amazônia (Iaja), recebeu R$ 1,2 milhão para executar um projeto de qualificação profissional voltado a jovens da região metropolitana da capital amazonense, mas parte significativa dos recursos teria sido usada sem comprovação.
Segundo o documento obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, a fiscalização revelou que 97% dos R$ 600 mil já repassados foram gastos sem que houvesse comprovação da execução das atividades previstas no plano de trabalho. O projeto tinha como objetivo oferecer 100 horas de aula para 750 jovens entre 15 e 21 anos, com foco na inserção no mercado de trabalho.
O relatório técnico identificou falhas como ausência de cotações de preços, contratos com cláusulas genéricas, falta de metas claras e a contratação de serviços antes mesmo da realização de pesquisas de mercado — em desacordo com as normas que regem parcerias com a administração pública.
Diante das constatações, o MTE recomendou a devolução de R$ 584,2 mil aos cofres públicos e suspendeu as atividades financeiras do termo de fomento até que a ONG apresente sua defesa. A decisão final será tomada após a conclusão do processo administrativo.
A atual gestão da entidade alega que os problemas são herança da administração anterior, chefiada por Marcos Rodrigues, que rompeu com Anne Moura e a acusa de ter utilizado a estrutura do instituto para fins eleitorais. Moura, por sua vez, nega as acusações e afirma ser vítima de perseguição política e pessoal.
Embora não ocupe atualmente um cargo formal no Iaja, Anne Moura é apontada como fundadora e figura influente na condução da ONG. A entidade afirma que está adotando “medidas significativas” para corrigir falhas administrativas decorrentes do processo de transição e reforça o compromisso com a gestão ética e transparente dos recursos públicos.
A investigação do MTE foi iniciada após a nova gestão da ONG apresentar documentos solicitados pelo governo. Técnicos do ministério estiveram na sede da instituição, mas concluíram que as falhas apontadas permanecem mesmo com a mudança de comando.
