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Nesta quinta-feira (27), a ministra Cármen Lúcia rebateu os argumentos apresentados por seu colega Nunes Marques durante uma sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte analisa o caso de uma candidata que recebeu nove votos nas eleições municipais de 2020 e denunciou ter sido “abandonada” pelo partido.
Cármen Lúcia havia acompanhado o relator da ação no entendimento de que o caso se qualificava como um episódio de fraude eleitoral. Nunes Marques, junto aos ministros Raúl Araujo e Carlos Horbach, divergiu e manifestou voto contrário. Em sua fala, Nunes Marques disse entender não existir fraude no caso.
“Precisamos ter um pouco de empatia com essas mulheres que se candidatam e são abandonadas pelo partido. Nunca participaram de uma campanha. Não sabem como percorrer esse caminho (…) Precisamos ter empatia porque não é fácil para uma mulher do povo, simples, se candidatar e ter nove votos numa cidade dessas”, disse Nunes Marques.
Na sequência, a ministra Cármen Lúcia pediu a vez para rebater o colega:
“Não somos coitadas. Não precisamos de empatia, precisamos de respeito. A Justiça Eleitoral tem a tradição de reconhecer como pessoa dotada de autonomia, e não precisar de amparo. Isso é o que nós não queremos, ministro. E eu entendo quando o senhor afirma, de uma forma que soa paternal, dizendo que haja empatia. É preciso, na verdade, que haja educação cívica (…) Nós não queremos ser coitadas, queremos ser cidadãs iguais. A desigualdade, ministro, está nesse tipo de tratamento”