Um novo áudio contradiz a versão apresentada pelo deputado André Janones (Avante-MG) sobre as acusações de “rachadinha” feitas por ex-assessores. O trecho divulgado nesta segunda-feira (4) pelo jornal Metrópoles revela o parlamentar tratando de assuntos relacionados ao exercício do mandato na mesma reunião em que solicita parte dos salários dos funcionários para custear despesas de campanha. (OUÇA O ÁUDIO ACIMA).
Apesar das tentativas do deputado, após a publicação das denúncias na semana passada, de minimizar o escândalo alegando que os áudios foram gravados antes de assumir o cargo, o novo trecho contradiz essa narrativa. Na gravação, Janones demonstra reocupação com a falta de preparação para seu discurso no Plenário, indicando que a reunião ocorreu durante o exercício do mandato.
Acontece que após o início da publicação das denúncias, na semana passada, o deputado tentou minimizar o escândalo dizendo que os áudios teriam sido gravados quando ele ainda não havia assumido o cargo de deputado e, portanto, estaria conversando com pessoas que, oficialmente, ainda não haviam sido nomeadas em seu gabinete.
No entanto, o trecho divulgado nesta segunda-feira corrobora com a versão dos denunciantes de que a reunião teria ocorrido no dia 5 fevereiro de 2019, uma terça-feira, quatro dias após a nomeação de Fabrício Ferreira, um dos ex-assessores que acusam o parlamentar de rachadinha.
Na reunião, Janones reclama de não ter sido avisado a tempo sobre uma movimentação de parlamentares para negociar emendas e se mostra preocupado com a falta de preparação para o seu discurso no Plenário na tarde do mesmo dia.
Esse trecho do áudio mostra que Janones já estava em exercício do mandato e, portanto, a versão apresentada pelo parlamentar sobre a gravação dos áudios não se sustenta.
Além disso, o áudio também revela que Janones não estava apenas conversando sobre a possibilidade de “rachadinha”, mas já estava cobrando dos assessores o pagamento de parte de seus salários.
A divulgação do novo áudio aumenta a pressão sobre Janones, que já é investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais por suspeita de “rachadinha”.
O deputado nega as acusações e diz que não cometeu nenhum crime.
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