Um tio e um sobrinho que furtaram quatro pacotes de carne em um supermercado no bairro de Amaralina, em Salvador, foram encontrados mortos com marcas de tiro e sinais de tortura nesta segunda-feira (26), horas depois do furto. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, uma perícia identificou marcas de tortura nos dois, que teriam sido entregues a traficantes pelos seguranças do supermercado Atakarejo.
Os corpos de Bruno Barros da Silva, tinha 29 anos, e Ian Barros da Silva, 19, foram achados no porta-malas de um carro, no bairro Brotas. Havia marcas de tiro e sinais de tortura.
Familiares das vítimas dizem acreditar que tio e sobrinho foram entregues pelos seguranças do supermercado a traficantes do bairro de Amaralina, que teriam matado o tio e o sobrinho.
O advogado Andrey Sudsilowsky, que acompanha o caso junto à família, disse ao jornal paulistano que ainda não teve acesso ao inquérito policial, mas conta que testemunhas apontam que Bruno e Ian foram entregues por seguranças do supermercado a traficantes.
Depois do furto, Bruno enviou um áudio à família, que foi obtido pela Folha. Ele diz: “Se ligue, rodei no nordeste [de Amaralina]. Aqui, vê se desenrola R$ 700 para pagar as carnes que peguei aqui”.
Em nota, a Polícia Civil da Bahia declarou que a investigação do duplo homicídio está em andamento e a apuração está avançada, com indicativo de autoria. Também contou que ainda não pode divulgar detalhes sobre a suspeita para não atrapalhar as investigações.
Em nota, o supermercado Atakadão Atakarejo disse que “tratam-se de fatos que envolvem segurança pública e que certamente serão investigados e conduzidos pela autoridade pública competente”.
“Por agir de acordo com a legislação vigente e atuar rigorosamente com as normas legais, o Atakadão Atakarejo está à disposição e colaborando com todas as informações necessárias para a investigação”, afirma em nota o supermercado.
O caso está sendo acompanhado pela comissão de Direitos Humanos da AL-BA (Assembleia Legislativa da Bahia).