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As mulheres brasileiras têm hoje, em média, 1,55 filho ao longo da vida, o menor patamar já registrado no país. É o que mostra a amostra do Censo Demográfico de 2022, divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa uma queda histórica e reflete profundas mudanças sociais, econômicas e demográficas ocorridas nas últimas seis décadas.
Em 1960, a taxa de fecundidade no Brasil era de 6,3 filhos por mulher. Desde então, o número vem caindo de forma contínua: 4,4 em 1980, 2,4 em 2000, 1,9 em 2010 até chegar ao novo recorde mínimo em 2022.
O levantamento também mostra que a maternidade tem ocorrido cada vez mais tarde. A idade média das mulheres ao ter filhos subiu de 26,3 anos em 2000 para 28,1 anos em 2022. Nas regiões Sudeste e Sul, essa média chega a 28,7 anos, enquanto no Norte é de 27 anos.
A faixa etária com maior número de nascimentos é a de mulheres entre 25 e 29 anos, que respondeu por 24,3% do total em 2022. Em seguida estão as faixas de 20 a 24 anos (23,2%) e de 30 a 34 anos (21%). A fecundidade entre adolescentes de 15 a 19 anos também caiu: de 15,6% em 2010 para 11,4% em 2022.
A queda na fecundidade está relacionada a fatores como maior acesso à educação, uso de métodos contraceptivos, inserção das mulheres no mercado de trabalho e mudanças culturais.
Os dados do Censo também revelam diferenças marcantes entre grupos raciais e níveis de escolaridade. Em 2022, mulheres indígenas apresentaram a maior taxa de fecundidade (2,05 filhos), seguidas por mulheres pardas (1,74) e pretas (1,61). As mulheres brancas tiveram a menor média: 1,42 filho.
A escolaridade tem peso decisivo. Entre mulheres de 25 a 49 anos sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, a taxa de fecundidade foi de 2,3 filhos por mulher. Já entre aquelas com ensino superior completo, o índice foi de apenas 1,08.
Segundo o IBGE, o Censo é a única pesquisa que permite avaliar esses dados de forma desagregada por características demográficas e socioeconômicas, oferecendo um panorama detalhado sobre os padrões reprodutivos da população brasileira.
