Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O delator do PCC, Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, foi executado na sexta-feira (9) ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, vindo de Maceió. Gritzbach, que havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em março, se recusou a entrar no programa de proteção a testemunhas, mesmo ciente dos riscos à sua vida.
De acordo com o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, responsável pela investigação, o acusado alegou que poderia custear sua própria segurança e não queria abrir mão de seu estilo de vida, que incluía a convivência com amigos e familiares. “O Ministério Público ofereceu a inserção dele no programa de proteção, mas ele se negou a aceitar”, afirmou Gakiya.
Gritzbach, que estava acompanhado de quatro policiais militares contratados para sua segurança, foi assassinado quando desembarcou no aeroporto. Em sua bagagem, foram encontrados mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor. Segundo fontes policiais, ele havia viajado para Maceió para cobrar uma dívida. No momento do assassinato, nenhum dos policiais estava com ele. Em depoimento, os seguranças informaram que um dos carros que deveria buscá-lo teve problemas mecânicos e o outro precisou fazer uma parada.
Em um vídeo obtido pela TV Globo, Gritzbach chegou a solicitar mais proteção ao MP-SP, relatando o risco de sua vida e pedindo segurança adicional para fechar seu acordo com os promotores contra a facção criminosa e policiais envolvidos em corrupção. “Tenho comprovantes de pagamento, tenho contrato, tenho matrícula, tenho as contas de onde vinha o dinheiro. Então dá para fazer o caminho inverso. Mas preciso de mais segurança”, disse ele, alertando que, sem essa garantia, não sobreviveria por muito tempo.
O promotor Gakiya, que há anos investiga o crime organizado e os tentáculos do PCC no estado de São Paulo, descreveu Gritzbach como um “arquivo vivo perigoso”, revelando que ele estava envolvido em lavagem de dinheiro para a facção há mais de dez anos, por meio de imóveis, bitcoins, joias, postos de gasolina e fintechs.
Gritzbach era réu em diversos processos, incluindo um por duplo homicídio cometido em dezembro de 2022, quando mandou matar um ex-líder do PCC, conhecido como “Cara Preta”, e seu motorista. Ele estava em liberdade devido a um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A defesa de Gritzbach confirmou que ele optou por não entrar no programa de proteção, mesmo sabendo das consequências. “Ele sabia que teria que romper todos os laços com sua vida anterior, mas não aceitou”, afirmou a defesa, ressaltando que a decisão foi pessoal.