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Durante os anos 70, surgiram filmes que tentavam integrar elementos eróticos à narrativa, desafiando as barreiras entre a pornografia e o cinema convencional. Obras como O Império dos Sentidos, de Nagisa Ôshima, e Garganta Profunda se tornaram icônicas, mas muitas vezes reduziram as mulheres a meros objetos, refletindo uma visão masculina.
Com o passar do tempo, o cinema se tornou mais conservador em relação ao sexo, evitando mostrar as “pulsões” carnais e falhando em equilibrar a exibição com uma abordagem mais sensível ao desejo feminino.
Remake de “Emmanuelle” e a Era do Me Too
No contexto da era do Me Too, esperava-se que o remake de Emmanuelle promovesse a liberdade feminina e a busca pelo prazer. No entanto, a nova versão, dirigida por Audrey Diwan, se revela insatisfatória. Embora Diwan tenha sido elogiada por sua adaptação de O Acontecimento, que aborda o direito ao aborto, seu tratamento de Emmanuelle carece de profundidade e inovação.
A atriz Noémie Merlant interpreta uma mulher de sucesso que, ao trabalhar em um hotel em Hong Kong, se vê isolada e desconectada de si mesma. A trama apresenta diálogos constrangedores e situações que tentam ser “quentes”, mas acabam soando ridículas e antiquadas.
Durante a coletiva no Festival de San Sebastián, conforme relatado pela Infobae, Diwan defendeu sua abordagem, afirmando que se baseou no material literário de Emmanuelle Arsan, que discute o desejo e a percepção do outro. No entanto, a diretora não conseguiu explicar por que decidiu fazer essa nova versão, que se apresenta como uma caricatura do erotismo.
No geral, a nova Emmanuelle falha em capturar a essência do desejo feminino, resultando em uma obra que se distancia do que se esperava da era contemporânea. A expectativa era de um renascimento do erotismo no cinema, mas a nova adaptação parece ser o oposto disso, apresentando uma visão superficial e desatualizada.