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A derrota por 4 a 1 para a seleção argentina no Estádio Monumental de Núñez, terça-feira (26), desencadeou uma crise na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e colocou em risco a permanência do técnico Dorival Júnior. Segundo informações do Globo Esporte e UOL, os dirigentes da entidade avaliam sua demissão, que pode ser oficializada nas próximas semanas.
A diretoria considera que o crédito de Dorival se esgotou. Embora sua continuidade já estivesse em dúvida antes da última Data FIFA, a derrota para a Argentina acelerou o desgaste. “É questão de tempo”, afirmaram fontes próximas à tomada de decisões, acrescentando que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, aguardará ter um substituto garantido antes de formalizar a saída.
O próximo compromisso da seleção brasileira será em junho, contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias Sul-Americanas. A margem de tempo até esses jogos permite adiar uma decisão, mas, segundo ambas as fontes, o clima dentro da Confederação é de “fim de ciclo”.
Na coletiva de imprensa após o jogo em Buenos Aires, Dorival reconheceu o momento crítico. “É uma derrota contundente. Tenho que reconhecer isso”, declarou o técnico. “A responsabilidade é total. Tudo o que planejamos não aconteceu. A Argentina foi superior em todos os sentidos. Peço desculpas ao torcedor brasileiro”.
Apesar da pressão, o treinador evitou gerar tensões com a diretoria: “Seria muito desleal se eu falasse qualquer coisa sobre o presidente. Em nenhum momento ele deixou de estar presente. Seria desonesto apontar algo nesse sentido”.
O Globo Esporte acrescentou que a relação entre Dorival e Rodrigues nunca foi próxima. Durante a última Data FIFA, o presidente priorizou sua agenda política e sua reeleição como presidente da CBF. Sua presença foi escassa nos jogos recentes.
A CBF já analisa possíveis substitutos. O nome de Carlo Ancelotti, atualmente no comando do Real Madrid, volta a ser considerado. O treinador italiano foi o candidato preferido de Rodrigues no início do ciclo atual, embora sua chegada nunca tenha se concretizado. Seu contrato com o clube espanhol termina em 2026.
“Pensar em ser o técnico da seleção brasileira é uma grande ilusão, mas não sei se em 2026 a seleção brasileira me quererá”, declarou Ancelotti após renovar com o clube madrilenho. Segundo o Globo Esporte, os contatos foram retomados após a derrota em Buenos Aires. “A receptividade nos contatos iniciais com Ancelotti, por sua vez, veio acompanhada de uma mensagem do italiano: qualquer avanço estará condicionado a esperar até o final do Mundial de Clubes, que o Real Madrid disputará entre junho e julho nos Estados Unidos”, informou o veículo.
“Esticar a corda com Dorival até lá ou apostar novamente em um interino enquanto negocia com o italiano é uma das dúvidas do presidente da CBF neste momento”, concluiu o relatório.
Outros nomes que surgiram como alternativas são Jorge Jesus (Al-Hilal), Abel Ferreira (Palmeiras) e Filipe Luís (Flamengo), todos ligados a clubes que disputarão o Mundial de Clubes, o que dificulta uma decisão imediata. No caso de Filipe Luís, o jornalista Mauro Cezar, em seu blog no UOL, afirmou que o ex-jogador não tem intenção de abandonar seu projeto atual no Flamengo. O clube teme mais uma possível oferta da Europa do que uma convocação da CBF.
Após a saída de Tite, que comandou o Brasil entre 2016 e 2022, a seleção não conseguiu estabilidade. Em 2023, Ramon Menezes assumiu interinamente com um desempenho negativo. Em seguida, foi a vez de Fernando Diniz, que também acumulou essa função com o comando do Fluminense, mas deixou o cargo após uma derrota para a Argentina em novembro.
Dorival Júnior assumiu em março de 2024, com uma vitória sobre a Inglaterra em Wembley, embora seu desempenho geral não tenha se consolidado. Em 16 jogos, seu ciclo registra 7 vitórias, 6 empates e 3 derrotas. Nas Eliminatórias Sul-Americanas, o Brasil soma 21 pontos e ocupa posições de classificação direta para a Copa do Mundo de 2026, com uma vantagem de seis pontos sobre a Venezuela, que estaria na repescagem.
