“Nos últimos dias, as forças ucranianas têm bombardeado repetidamente o território da central nuclear de Zaporozhye, que é um ato de terrorismo nuclear. Tais ações do regime de Kiev podem levar a um desastre em uma escala que diminuiria o acidente na usina nuclear de Chernobyl”, disse o porta-voz adjunto do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Ivan Nechaev, em uma coletiva de imprensa em Moscou, informou a RT nesta quinta-feira (11).
Segundo o diplomata, caso ocorra tal desastre, a radiação atingiria não apenas regiões próximas da Ucrânia, Rússia, as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, mas também países europeus, colocando milhões de vidas em risco.
Nechaev também observou que espera que a comunidade internacional preste atenção à situação no local.
“Somos a favor da organização de uma missão da AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica] à central nuclear de Zaporozhye, que foi interrompida em junho devido à decisão do Departamento de Segurança e Proteção da Secretaria da ONU”, acrescentou.
Na quinta-feira, as autoridades de Zaporozhye alegaram que os sistemas de defesa aérea russos impediram um ataque de mísseis e drones à central nuclear e à cidade vizinha de Energodar.
“[Os militares ucranianos] estão tentando bombardear a cidade pacífica e a usina nuclear de Zaporozhye com MLRS [sistemas de foguetes de lançamento múltiplo], artilharia pesada e UAVs [veículos aéreos não tripulados]”, disse Vladimir Rogov, membro do conselho-chefe. da administração militar-civil da região de Zaporozhye, acrescentando que todos os ataques foram repelidos e as posições de artilharia ucranianas atingidas por fogo de contra-bateria.
Na quarta-feira, o Grupo dos Sete (G7), composto por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, pediu à Rússia que ceda a usina nuclear que foi tomada pelas forças de Moscou no início de março para Ucrânia. O grupo anunciou que a medida garantiria as “operações seguras e protegidas” da instalação. A usina nuclear foi tomada por tropas russas, mas ainda está sendo operada e mantida por equipes ucranianas.
Um dia antes, Moscou convocou uma sessão de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir “provocações ucranianas”, incluindo uma série de ataques de artilharia contra o NPP. A previsão é que a reunião ocorra na quinta-feira.
Na segunda-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou Kiev de manter toda a Europa como refém, afirmando que seus funcionários do governo “aparentemente não hesitarão em queimá-lo por causa de seus ídolos nazistas”. Ao mesmo tempo, Kiev negou todas as acusações, alegando que foram as tropas russas que bombardearam a instalação para incriminar as forças ucranianas.
Segundo a AIEA, a usina de Zaporozhye é a maior da Europa e tem até 60 toneladas de urânio enriquecido e plutônio em seus núcleos de reatores e armazenamento de combustível irradiado.
