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No último domingo (24), a Administração do Ciberespaço da China (CAC), órgão regulador da internet do país comandado pela ditadura comunista, anunciou novas diretrizes para empresas de tecnologia, dando um prazo de três meses para que ajustem seus algoritmos.
A medida do governo chinês visa combater práticas que criam “bolhas de filtro”, onde os usuários são expostos apenas a conteúdos que reforçam suas próprias opiniões e interesses, além de combater o uso excessivo e o vício nas plataformas digitais.
As empresas têm até o final de 2024 para realizar uma auto-inspeção e apresentar os resultados à CAC, que avaliará as mudanças em janeiro de 2025 e poderá exigir ajustes adicionais até 14 de fevereiro.
As novas regras também abordam a discriminação de preços com base em dados demográficos e as condições de trabalho precárias para colaboradores temporários, como cronogramas de entrega irrealistas. O regulador também instou as plataformas a oferecerem conteúdos “saudáveis” para públicos como idosos e crianças.
A economia digital chinesa é dominada por gigantes como Alibaba, JD.com e PDD Holdings no comércio eletrônico, e Tencent e ByteDance nas mídias sociais. As autoridades frequentemente pressionam essas empresas a ajustar suas práticas, como a supressão de conteúdos materialistas nas redes sociais. Recentemente, gigantes do comércio eletrônico, como Alibaba e Tencent, foram multados por práticas monopolistas, como exigir que comerciantes vendessem exclusivamente em suas plataformas.
Pesquisadores têm apontado o papel das mídias sociais em criar “bolhas” que reforçam as visões políticas e culturais dos usuários, com algoritmos de recomendação favorecendo conteúdos semelhantes. A prática tem sido criticada por gerar polarização e promover câmaras de eco.
A situação das plataformas chinesas também gerou controvérsia fora do campo regulatório. Zhong Shanshan, presidente da Nongfu Spring e o homem mais rico da China, criticou publicamente a PDD Holdings e a ByteDance. Zhong acusou a PDD de prejudicar marcas, como a Nongfu Spring, com descontos agressivos e exigiu um pedido de desculpas pessoal do fundador da ByteDance, Zhang Yiming, após a empresa não ter suprimido uma campanha difamatória contra sua marca nas redes sociais, ligada a uma acusação de que a Nongfu Spring comercializou imagens japonesas.