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O Exército da Síria confirmou neste sábado que insurgentes conseguiram penetrar em “amplas partes” de Alepo, a segunda maior cidade do país, após uma ofensiva relâmpago de jihadistas e milícias rebeldes que deixou mais de 300 mortos.
“Dezenas de soldados das nossas forças armadas morreram, e outros ficaram feridos”, declarou o Exército em comunicado. As “organizações terroristas” tomaram controle de bairros de Alepo, com combates que se estenderam por mais de 100 quilômetros, segundo as autoridades.
Jihadistas avançam em Alepo
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) informou que o grupo jihadista Hayat Tahrir al Sham (HTS) e facções aliadas conquistaram “a maior parte da cidade, incluindo prédios governamentais e prisões”.
Na noite anterior, aviões de guerra russos realizaram bombardeios na região pela primeira vez desde 2016. Alepo foi retomada em 2016 pelo regime de Bashar al-Assad com apoio militar de Rússia, Irã e do grupo libanês Hezbollah. No entanto, amplas áreas do território sírio permanecem fora do controle governamental, incluindo regiões dominadas por Hayat Tahrir al Sham em Idlib, Alepo, Hama e Latakia.
Ofensiva e alto número de mortes
A ofensiva dos rebeldes teve início na quarta-feira, coincidindo com a implementação de um cessar-fogo no Líbano entre Israel e Hezbollah, após dois meses de conflito. Desde então, o OSDH contabilizou 311 mortes, sendo 183 de combatentes jihadistas, 100 soldados sírios e milicianos pró-governo, e 28 civis.
O grupo rebelde também bombardeou uma residência estudantil em Alepo, matando quatro civis antes do Exército divulgar seu relatório oficial.
Temor entre os moradores
Sarmad, um residente de Alepo, descreveu o clima de tensão: “Há quase cinco anos não ouvíamos foguetes e artilharia dessa forma. Estamos com medo de que a guerra volte e sejamos forçados a fugir novamente.”
Corresponsais da agência AFP relataram celebrações de insurgentes em Alepo, com combatentes jihadistas sendo vistos próximos à histórica cidadela da cidade. Enquanto isso, o governador de Alepo e os chefes da polícia e segurança deixaram o centro da cidade.
Bombardeios e reforços rebeldes
Os bombardeios russos coincidiram com a chegada de reforços rebeldes à região. Segundo o OSDH, os insurgentes e aliados capturaram cerca de 70 vilarejos e aldeias no norte da Síria.
Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, afirmou que os rebeldes avançaram sem grande resistência. “Não houve combates, nem sequer um disparo, pois as forças do regime se retiraram”, explicou.
O avanço incluiu a conquista da cidade estratégica de Saraqib, localizada na rodovia que liga Alepo a cerca de 40 quilômetros ao sudoeste.
Intervenção internacional
Na sexta-feira, o Exército russo anunciou ataques a forças “extremistas”, enquanto a Turquia exigiu o fim dos bombardeios na região de Idlib. Apesar de uma trégua mediada por Turquia e Rússia em 2020, o cessar-fogo tem sido violado regularmente.
Desde o início da guerra civil em 2011, desencadeada pela repressão sangrenta a protestos pró-democracia, o conflito evoluiu para uma crise complexa envolvendo potências regionais, atores internacionais e grupos jihadistas. Estima-se que o conflito tenha causado 500 mil mortes e deslocado milhões de pessoas de suas casas.
(Com informações da AFP)