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O Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) confirmou nesta quinta-feira (19) que o reator de água pesada de Arak, localizado no oeste do Irã, sofreu danos estruturais após os bombardeios realizados por Israel desde o dia 13 de junho. A ofensiva intensificou o conflito no Oriente Médio e destruiu parcialmente instalações nucleares e civis, segundo comunicado divulgado pelo órgão das Nações Unidas responsável pela fiscalização nuclear.
“Embora inicialmente tenham sido observados danos na planta de produção de água pesada próxima ao reator, agora estima-se que edifícios-chave da instalação foram afetados, incluindo a unidade de destilação”, afirmou o OIEA. A entidade destacou que o reator não estava em funcionamento e não continha material nuclear no momento do ataque, o que descarta consequências radiológicas imediatas.
Apesar disso, o diretor-geral do OIEA, o argentino Rafael Grossi, alertou para os riscos de segurança nuclear. “Existe uma grande quantidade de material nuclear no Irã, distribuída em diferentes locais, o que representa a possibilidade de um acidente radiológico devido à dispersão de partículas radioativas na atmosfera”, afirmou.
Grossi ressaltou a importância de receber informações técnicas regulares sobre as instalações nucleares iranianas. “Esses dados são fundamentais para informar a comunidade internacional com rapidez e garantir uma resposta eficaz diante de qualquer emergência”, afirmou, acrescentando que o OIEA mantém contato constante com países da região devido à escalada dos conflitos.
A ofensiva israelense teve como alvo instalações militares e nucleares, inclusive em Teerã. As autoridades iranianas elevaram o número de mortos para mais de 224 e relataram milhares de feridos. Já em Israel, ao menos 24 pessoas morreram em bombardeios de retaliação promovidos pelo Irã.
Os ataques ocorreram pouco antes do início de uma rodada de negociações entre os Estados Unidos e o Irã, prevista para começar em 15 de junho em Mascate, capital de Omã. O encontro foi cancelado pelo governo iraniano em razão dos bombardeios.
Em meio à crise, o regime iraniano criticou duramente Grossi por uma declaração anterior do OIEA, que indicava não haver evidências de um esforço sistemático por parte do Irã para desenvolver armas nucleares. “Senhor Grossi, essa admissão chegou tarde. Você escondeu esse fato em um relatório totalmente parcial, que foi explorado por países europeus e pelos Estados Unidos para formular uma resolução com acusações infundadas de ‘descumprimento’”, escreveu o porta-voz da chancelaria iraniana, Ismail Baghaei, em seu perfil na rede X (antigo Twitter).
Baghaei também acusou Israel de usar essa resolução como “pretexto final para lançar uma guerra de agressão contra o Irã e atacar ilegalmente nossas instalações nucleares pacíficas”.
No dia 12 de junho, o OIEA aprovou uma resolução proposta por Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos, com o apoio de 19 países. O documento classificava a falta de cooperação iraniana como violação de obrigações internacionais e sinalizava a possibilidade de o caso ser levado ao Conselho de Segurança da ONU. A resolução exigia do Irã medidas para garantir a precisão e a transparência de informações sobre seu programa nuclear.
Durante as negociações, Washington exigia a suspensão total do programa nuclear iraniano, enquanto Teerã defendia o direito de enriquecer urânio para fins pacíficos. Com o fracasso diplomático, Israel iniciou uma série de bombardeios com o objetivo declarado de destruir a infraestrutura nuclear iraniana e impedir o desenvolvimento de armamento atômico — uma acusação que o Irã rejeita publicamente.
(Com informações da EFE e da Europa Press).
