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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (22) que possui informações “interessantes” sobre a localização dos 400 quilos de urânio enriquecido a 60% que teriam sido escondidos pelo Irã diante da possibilidade de bombardeios dos Estados Unidos.
Em pronunciamento gravado, Netanyahu defendeu os ataques realizados com apoio norte-americano, justificando que “precisava agir” após Teerã ter acelerado os esforços para obter uma bomba nuclear. Segundo ele, a movimentação iraniana teria sido intensificada após a morte de Hasán Nasrala — líder do grupo Hezbollah — em um ataque israelense em Beirute, ocorrido em setembro de 2024.
Netanyahu afirmou que o Irã pretendia fabricar até 300 mísseis balísticos por mês e que compartilhou essas informações com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Disse a ele que precisávamos agir, e ele entendeu perfeitamente. Sabia que, quando chegasse a hora, faria o que era certo pelos EUA, pelo mundo livre, pela civilização”, declarou.
O primeiro-ministro israelense também destacou que os bombardeios contra instalações nucleares no Irã podem contribuir para uma ampliação dos Acordos de Abraão. “Oportunidades extraordinárias estão se abrindo, oportunidades que antes pareciam fantasia. Podemos imaginar um futuro de segurança, prosperidade e paz”, afirmou.
Segundo Netanyahu, a ofensiva tem avançado graças à cooperação com os EUA. “Já conquistamos muito, e com a ajuda do presidente Trump estamos mais próximos de alcançar nossos objetivos. Quando eles forem atingidos, a operação será encerrada”, disse. Ele descreveu Trump como “um grande líder e um grande amigo de Israel”, acrescentando que “ninguém se compara a ele”.
Netanyahu ressaltou que os bombardeios incluíram a instalação nuclear de Fordow, que, segundo ele, sofreu “danos enormes”. De acordo com fontes do Pentágono, os ataques utilizaram bombas antibunker GBU-57, cada uma pesando mais de 13 toneladas, projetadas para destruir estruturas fortificadas subterrâneas.
O premiê israelense afirmou ainda que há alvos iranianos que sofreram “golpes muito duros”, mas que não pode divulgar todos os detalhes. “Algum dia contarei sobre minhas conversas com o presidente Trump e sobre a cooperação entre nossos exércitos e serviços de inteligência”, declarou. “Nunca houve tanta coordenação entre um presidente dos EUA e um primeiro-ministro de Israel”, concluiu.
O que diz o diretor da AIEA
Durante sessão de emergência no Conselho de Segurança da ONU, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, declarou que “ninguém, nem mesmo a AIEA, é capaz de confirmar os danos subterrâneos” na usina de Fordow, principal local de enriquecimento de urânio do Irã.
Grossi alertou que “ataques armados a instalações nucleares nunca deveriam ocorrer, pois podem causar vazamentos radioativos com consequências graves”. Ele confirmou que há “rachaduras visíveis” em Fordow, compatíveis com o uso de bombas antibunker, mas disse ser impossível avaliar completamente os danos no momento.
O diretor também informou que acessos a túneis usados para armazenar material enriquecido foram atingidos na planta de Isfahan, além de outros prédios relacionados. Em Natanz, outra instalação de enriquecimento de combustível foi bombardeada, mas Grossi não forneceu mais detalhes.
Apesar dos danos, o Irã comunicou à AIEA que “não houve aumento da radiação externa” nas três instalações atingidas. Grossi se absteve de criticar diretamente os Estados Unidos, mas alertou que “a escalada militar coloca vidas em risco e dificulta qualquer solução diplomática duradoura para impedir que o Irã desenvolva uma arma nuclear”.
Ele se disse pronto para viajar ao Irã “imediatamente” e iniciar negociações com todas as partes envolvidas, com o objetivo de garantir a proteção das instalações nucleares e o uso pacífico da energia atômica.
Balanço da ofensiva
Desde o início dos ataques israelenses em 13 de junho, Israel registrou 24 mortes, incluindo a de uma mulher que sofreu um infarto em um bunker. Do lado iraniano, o Ministério da Saúde informa 400 mortos, enquanto um grupo de direitos humanos com sede em Washington fala em pelo menos 850 vítimas.
