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O Museu do Louvre, em Paris, permanece fechado nesta segunda-feira (20) após o roubo de joias da coleção da coroa francesa ocorrido na manhã de domingo, conforme confirmou uma porta-voz do museu a veículos de imprensa. A decisão de fechar o museu, tomada de última hora, surpreendeu centenas de turistas que aguardavam desde antes das 9h, horário habitual de abertura, na entrada principal, sob a famosa pirâmide de vidro. A direção do Louvre alegou apenas “motivos excepcionais” para a suspensão das visitas.
O crime aconteceu por volta das 9h30 de domingo e envolveu um grupo de quatro homens encapuzados que chegaram ao flanco sul do museu em duas motocicletas e um caminhão equipado com um guindaste. Segundo fontes oficiais, eles usaram o guindaste para acessar a Galeria Apolo, no primeiro andar, onde estão expostas joias imperiais. Após fazer um buraco em uma janela com ferramentas de corte, os criminosos entraram e destruíram duas vitrines de exposição.
Em sete minutos, os ladrões conseguiram levar nove peças, embora tenham abandonado a coroa da imperatriz Eugênia de Montijo, que ficou danificada. As autoridades confirmaram que os quatro envolvidos estão sendo procurados e atribuíram o roubo provisoriamente a um grupo experiente que pode ter membros estrangeiros, segundo o ministro do Interior, Laurent Núñez.
Uma reunião sobre segurança do Louvre ocorreu na manhã desta segunda, com a presença do ministro do Interior e da ministra da Cultura, Rachida Dati, que declarou ao canal CNews que “a segurança do patrimônio sempre foi subestimada, e isso é uma realidade”. Questionada sobre críticas à proteção do museu, Dati afirmou que “sempre se escondeu a sujeira debaixo do tapete”. O senador comunista Ian Brossat destacou que a equipe dedicada à segurança foi reduzida em 200 pessoas nos últimos cinco anos e lembrou da greve realizada pelos funcionários do museu em junho.
O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, reconheceu em entrevista à France Inter que “falhamos, porque foi possível colocar um guindaste no centro de Paris e permitir que pessoas subissem para pegar joias de valor incalculável”. Desde segunda-feira, um time de 60 investigadores trabalha sob a hipótese de crime organizado.
O Ministério da Cultura divulgou uma lista das peças roubadas, incluindo um colar de esmeraldas e diamantes presenteado por Napoleão à imperatriz Maria Luísa, uma tiara com quase 2.000 diamantes pertencente à imperatriz Eugênia e um colar de Maria Amélia, a última rainha da França, decorado com oito safiras e 631 diamantes. Oito das nove peças ainda estão desaparecidas. Segundo Alexandre Giquello, presidente da casa de leilões Drouot, seria impossível vender o material roubado em seu estado atual.
O assalto aumentou a polêmica sobre falhas de segurança em museus franceses. Núñez admitiu que o setor é um “ponto fraco importante” e destacou que a intervenção do pessoal do museu obrigou os criminosos a fugir, deixando parte do equipamento utilizado para o crime, segundo o Ministério da Cultura. Este é o primeiro roubo registrado no Louvre desde 1998, quando um quadro de Camille Corot foi levado e nunca recuperado.
Nas horas seguintes ao roubo, dezenas de turistas permaneceram nas filas do museu aguardando novidades, muitos desapontados com o fechamento repentino. O caso se soma a outros roubos recentes em museus franceses, como no Museu de História Natural de Paris e em um museu em Limoges, reforçando a preocupação com a segurança do patrimônio cultural do país.