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Os mercados financeiros ao redor do mundo iniciaram a semana com fortes quedas, impulsionadas pela crescente preocupação dos investidores com o impacto das políticas comerciais do presidente Donald Trump sobre o crescimento econômico dos Estados Unidos e da China, as duas maiores potências do planeta.
O temor de uma possível recessão nos Estados Unidos, aliado às tensões comerciais, especialmente os impostos sobre produtos chineses, e à instabilidade política na Europa, contribuíram para a volatilidade nos mercados financeiros, criando um clima de nervosismo e incerteza.
Nos Estados Unidos, as três principais bolsas de valores abriram em queda. O Nasdaq, que tem um grande peso no setor de tecnologia, caiu 3,5%. O S&P 500 registrou uma queda de 2% e o Dow Jones Industrial Average perdeu 0,9%. Essas perdas acontecem poucas semanas após o S&P 500 atingir seu recorde histórico em 19 de fevereiro. Desde então, o índice caiu 7,4%, refletindo a ansiedade dos investidores.
Trump e o receio de recessão
Durante uma entrevista no domingo, o presidente Donald Trump não descartou a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos em 2025. “Odeio fazer previsões assim”, afirmou Trump, defendendo sua política econômica e dizendo que está “devolvendo a riqueza aos Estados Unidos”. Contudo, ele reconheceu que esse processo de transição leva tempo.
As ameaças de tarifas intermitentes contra parceiros comerciais-chave, como China, Canadá e México, têm gerado confusão nos mercados financeiros e mantido empresas e consumidores dos EUA em suspense.
O impacto nas empresas de tecnologia
As empresas de tecnologia têm sido algumas das mais afetadas pela volatilidade recente. A Nvidia, uma das estrelas do setor, caiu 5,4% nesta segunda-feira, elevando sua perda anual para mais de 18%. A queda representa um forte contraste com seu desempenho impressionante em 2023 e 2024, quando o valor da empresa disparou quase 820%.
A Tesla, de Elon Musk, perdeu 8%, enquanto a Apple caiu 4,1% após confirmar que adiaria a atualização de inteligência artificial de seu assistente pessoal Siri para 2026, tornando-se o maior peso do S&P 500 durante a sessão.
Mercados europeus sob pressão
Os mercados europeus também seguiram a tendência negativa, com os índices de Londres, Paris e Frankfurt registrando quedas. As ações alemãs foram particularmente impactadas pela incerteza política.
O plano de gastos proposto pelo chanceler alemão em funções, Friedrich Merz, enfrenta oposição, principalmente do partido Os Verdes, que anunciou que não apoiará os ajustes constitucionais necessários para implementá-lo. O plano incluía um fundo de infraestrutura de 500 bilhões de euros e a flexibilização dos limites de gastos em defesa.
Preocupações com a economia da China
Na Ásia, os mercados também mostraram sinais de fraqueza. Os índices de Hong Kong e Xangai caíram 1,8% e 0,2%, respectivamente, após a China registrar uma queda de 0,7% nos preços ao consumidor em fevereiro, o primeiro recuo em 13 meses. Esse dado reforça as preocupações sobre a desaceleração da economia chinesa e as pressões deflacionárias que ainda persistem no país.
Busca por segurança nos títulos do Tesouro dos EUA
Diante da crescente incerteza, os investidores buscaram refúgio em ativos mais seguros, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos. A demanda por esses papéis impulsionou os preços e reduziu seus rendimentos. O rendimento do título do Tesouro a 10 anos caiu para 4,24%, em comparação com 4,32% na sexta-feira passada, refletindo o crescente pessimismo em relação à economia americana.
