Em entrevista à Globo na quinta-feira (13), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, comentou sobre a minuta encontrado na casa de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro, sobre “estado de defesa” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Esse documento suscita uma série de indagações, e não é revelador de boa intenção em relação à preservação dos parâmetros da democracia”, disse Mendes ao falar sobre a minuta.
A proposta de decreto que previa subverter a eleição de Lula por meio de uma decretação de “estado de defesa” na Corte Eleitoral.
“Tivemos uma sequência de fatos desde 2019, (…) ataques eventualmente ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, tivemos dois 7 de setembro sempre com esse tom de ameaça aos ministros, xingamentos, e tudo isso faz parte desse caldo de cultura que desaguou no 8 de janeiro, que eu já chamei de o dia da infâmia”, afirmou.
“A manifestação que se fazia nos acampamentos já era antidemocrática. O que as pessoas defendiam era uma intervenção militar, era a quebra, portanto, do Estado de Direito, da ordem democrática. Há, também, muitas confusões nesse contexto, como a de que aquele espaço é submetido à jurisdição das Forças Armadas”, disse.