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O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), decidiu deixar o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto envolvimento em um esquema de desvio de verbas públicas. A saída foi articulada durante um almoço entre lideranças do União Brasil e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, realizado nesta terça-feira (8), em Brasília.
Segundo a PGR, Juscelino, quando era deputado federal, teria direcionado R$ 7,5 milhões em emendas parlamentares para obras em Vitorino Freire (MA), cidade governada por sua irmã, Luanna Rezende. Os recursos, repassados por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf ), foram destinados à pavimentação de ruas. A empresa responsável pelas obras, a Construservice, pertence a um amigo próximo do ministro, o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo Imperador, que está preso por suspeita de pagar propinas e atuar como sócio oculto da construtora.
A investigação da Polícia Federal concluiu que Juscelino praticou os crimes de corrupção passiva, fraude em licitações e organização criminosa. A denúncia foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que avaliará se há elementos suficientes para a abertura de ação penal. O caso tramita em sigilo.
Mesmo negando todas as acusações, Juscelino optou por se afastar do governo para evitar desgastes à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O União Brasil, que ocupa também o Ministério do Turismo, deve indicar um novo nome para a pasta das Comunicações. O principal cotado é o deputado Pedro Lucas Fernandes, atual líder do partido na Câmara.
A indicação será definida após reunião da bancada com a cúpula do partido, prevista para ocorrer entre hoje e amanhã.
